Capítulo 36






– Chris

Mais um dia acordando no Iate com o barulho das gaivotas. Bati com a mão no outro lado da cama, mas como de costume, Harry não estava ali.

Bocejei e abri os olhos, me sentando na cama.

– Hazz? – ninguém me respondeu.

Me levantei e calcei os chinelos. Meu cabelo estava bagunçado, mas eu nem me importava. Acho que com três anos de namoro Harry já se acostumou com isso.

Me encostei no batente da porta da varanda me deparando com um Harry sem camisa e concentrado fazendo flexões. Sorri de canto e balancei a cabeça. Será que ele fazia isso de propósito? Só pra atiçar meu instinto perigoso pela manhã?

– Bom dia. – finalmente falei algo depois de tanto tempo parada o observando. Coisa que ele nem tinha percebido até então.

Harry levantou a cabeça e parou com as flexões, levantando á minha frente.

– Acordou cedo hoje. – ele sorriu. – Bom dia. – sua boca aproximou rapidamente da minha.
– É que eu não consigo dormir sem você.

Harry sorriu e beijou carinhosamente a ponta do meu nariz.

– Vou tomar um banho pra gente tomar café. – ele me soltou e eu segurei seu braço, fazendo-o me olhar curioso.
– Posso ir com você? – não era uma pergunta que eu diria normalmente, mas hoje não. Hoje eu estava abrindo uma exceção.


Abri o registro e a água caiu em meu corpo em uma cascata gelada. Fechei os olhos e sorri com as pequenas gotas escorregando pela minhas costas.

– Você não vem? – olhei pra Harry, parado e me observando com um sorriso no rosto. – Se você não vier, vou ficar triste. – fiz biquinho e ele riu vindo até mim. Passei meus braços em volta do seu pescoço e suas mãos fizeram nossas cinturas ficarem coladas uma a outra.

Juntei os pés e fiquei sob a ponta deles para alcançar os lábios macios de Harry. Fechei os olhos e sua língua ultrapassou minha boca lentamente. Nossos sabores se misturavam naquele contato, meu coração acelerava e de repente, tudo o que eu sentia era apenas eu e Harry. O chão parecia não existir abaixo dos meus pés, me sentia no paraíso e era a melhor sensação de todas.



***



Depois do café, Harry pegou o comando do Iate e nos levou até o porto da cidade. O céu como sempre limpo e o tempo bem quente. Hoje era o dia em que eu poderia dizer que aceitava tomar outro mergulho no mar sem problema algum. Mas lembrando da última vez que fomos fazer isso e Harry surtou com a minha brincadeira, acho melhor deixar só um bom passeio.

Trocamos nossas roupas por malhas e fomos fazer uma pequena caminhada na Orla. Digamos que Harry estava pra lá de esportivo hoje, mas eu estava com preguiça até mesmo pra falar.

– Harry! Mais devagar! – gritei vendo ele começar a ficar muito mais a frente que eu. O que ele tinha naquelas pernas? Ele roubou o motor do Iate e colocou ali?

Ele parou e olhou pra trás revirando os olhos. Desisti de correr e fui andando com desânimo até ele.

– Eu quero parar.
– Mas a gente não correu nem três minutos, Christinne. – ele colocou as mãos na cintura me vendo sentar derrotada no banquinho.
– Eu pensei que fosse lua de mel. Não uma semana com personal trainer.
– Você está muito preguiçosa. – ele riu. – Como é que consegue ser cantora assim? – se sentou ao meu lado.
– Vamos parar, né? Quero beber água.
– Fazer o que, né. – ele sorriu e me deu a mão. Pegamos o carro alugado e Harry seguiu até a área dos restaurantes do bairro.

Tinha alguns paparazzis nos seguindo e eu ainda não tinha me acostumado tão bem com aquilo. As vezes era constrangedor.

– Será que a Zoe está bem? – nos sentamos em uma mesinha na varandinha do quiosque. A vista era boa e dava pra ver nosso Iate atracado no porto.
– Deve estar ótima. – Harry respondeu terminando de beber sua água de coco. – Lou disse que só ligaria pra falar de Zoe se algo grave acontecesse. Então, relaxa. – ele sorriu e esfregou sua perna sobre a minha debaixo da mesa.

Por que ele tinha o poder de deixar tudo bem?

Tomamos mais algumas garrafinhas d’água e depois pedimos algo para comer como café da manhã. Eu só estava com uma maçã e um suco de pêssego no estômago desde a hora em que acordei.

Harry levantou e foi ao banheiro enquanto nossos pedidos não chegavam. Fiquei sentada ali sozinha, sem nada pra fazer, a não ser ficar observando o cachorrinho da família da mesa ao lado brincando com uma bolinha de borracha.

Sinto falta do Otto e aqueles latidos altos. Falta da sua pata gigantesca batendo incansavelmente no meu rosto pra me acordar e dos pulos que ele dava no balcão da cozinha pra roubar alguma comida. ~risos.

– Oi gatinha. – um rapaz passou por mim com um amigo ao lado e sentou na mesa da frente. Ele continuou sorrindo pra mim, se sentindo o gostosão. Revirei os olhos e fiquei mexendo no canudinho da minha lata de Coca.

Ironicamente Harry chegou na mesma hora. Antes de se sentar, ele encarou os dois friamente e colocou sua cadeira ao meu lado, passando o braço em volta dos meus ombros.

– Não precisava disso. – falei sem humor.
– Eles é quem não precisavam “disso”. – disse sério. – Será que nosso pedido vai demorar a chegar? – disse olhando para o balcão do restaurante.



***



O café inteiro foi aquele clima tenso. Os rapazes da mesa da frente não paravam de me encarar com sorrisinhos idiotas como se não estivessem vendo Harry ao meu lado. E Harry, provavelmente, bufando de raiva. Ele não podia fazer nenhuma confusão ali, então tentava de todas as formas mostrar pra eles que eu já tinha um “dono”.

Nem comemos tudo, aquela situação estava constrangedora demais. Levantamos pra pagar a conta e coincidentemente os rapazes também já tinham terminado de comer e esperavam na fila pra pagar a conta.

– O que vamos fazer agora? – perguntei á Harry assim que saímos do restaurante com as mãos dadas.
– Hm. O que você quer fazer? – ele sorriu de canto pra mim.
– Ah, eu sei lá. – ri. – Qualquer coisa que eu faça com você é divertido.
– Hm, é mesmo? – ele sorriu malicioso e bati em seu braço.

Estávamos quase perto do nosso carro e percebi que aqueles mesmos garotos estavam ali perto, entrando num jipe amarelo ao lado.

Harry fechou a cara no mesmo instante. Aquele lindo sorriso desapareceu e o maxilar ficou tensamente rígido. Eu torcia para que aqueles garotos fossem logo embora, mas eles estavam me vendo se aproximar com Harry e decidiram ficar olhando, o que só me apavorava mais. Harry estava apertando minha mão, tendo muito autocontrole pra não ir em cima deles.

– Entra. – Harry disse seco, abrindo a porta do carona pra mim.
– O que foi, irmão? – o primeiro garoto disse encarando Harry.
– Que foi o quê? – ele virou já com os punhos fechados ao lado do corpo.
– Para, Harry. Vamos logo embora. – murmurei assustada.
– Vai ficar encarando?
– E tu? Vai ficar encarando minha mulher? – Harry bateu a porta do carro com uma força desnecessária, me dando um susto e me deixando trancada ali dentro. Ele disse mais coisas e então o garoto levantou do jipe, pro meu desespero.
– Harry! – abri a porta novamente e corri até ele, segurando-o pelo ombro, o que foi totalmente em vão, já que ele era bem mais forte que eu e apenas com uma ombrada ele conseguiu tirar meu toque frágil dali.
– O que é bonito é pra ser admirado, né não, princesinha? – o moreno olhou maliciosamente pra mim, da cabeça aos pés. Me encolhi atrás de Harry e quando tentei segurar seu braço, já era tarde demais.

Harry foi com uma rapidez inacreditável até o outro lado com o punho fechado e acertando o olho do garoto. Meu coração praticamente parou e minhas forças sumiram. Eu só tinha o comando de ficar parada e observar.

Como no pesadelo.

Harry o pegou pela gola quando o garoto já estava no chão de tantos golpes e ainda cuspiu um palavrão em sua cara com um ódio que eu jamais tinha visto.

– Agora entra no carro! - ele disse voltando até mim
– HARRY! CUIDADO!

Ele viu minha expressão assustada, mas de nada adiantou. O amigo do primeiro tinha pego Harry pelas costas e o jogado no chão com uma facilidade chocante.

– Ai meu Deus! Parem! Parem com isso agora! – gritei desesperada, com um nó preso na garganta e o coração á mil. – Alguém me ajuda!
– Christinne, volta pro carro! – Harry gritou sendo sufocado pelas mãos do garoto em seu pescoço. Ele estava cada vez mais vermelho, perdendo o fôlego e fraco. Uma lágrima descia do meu olho em agonia de não conseguir fazer nada.
– Harry!
– Vai, Christinne! Volta pro carro! – Harry falava com dificuldade.

Eu não aguentava ver aquilo e apenas tirei meu tênis pra jogar naquele animal sufocando Harry. Não foi nada que o machucasse, mas o distraiu e Harry pode se soltar de suas mãos.

E mesmo assim, Harry ainda queria briga e trocava socos com aquele garoto. Um homem mais velho atravessou a rua, pra minha salvação, e tentou apartar os dois, que estavam emaranhados no chão.

– Gayzinho! – ele disse provocando Harry.
– Chupa aqui!
– Chega! Os dois! – o homem desconhecido gritou afastando Harry. Ele estava com um olho inchado e roxeado, cheio de rasgos na roupa.

Minhas mãos tremiam de vê-lo naquele estado, minha pressão tinha abaixado radicalmente, me fazendo ver tudo girando forte demais.

– Sua mulher tá passando mal, rapaz. Vai logo até ela. – escutei aquele homem dizer lá no fundo. Uma escuridão se apossou da minha visão e a última coisa que vi foi um borrão de Harry se aproximando.
– Chris! Meu anjo!



***

Acordei sentindo um saculejo. Acima de mim havia um teto branco familiar e só pude perceber que estava no Iate minutos depois processando algumas coisas.

Levantei um pouco tonta, aquele saculejo esquisito me dava enjoo. Calcei os chinelos e desci as escadas do quarto, tropeçando em algumas coisas de vez em quando.

– Harry? – tateei as paredes para não cair. Cheguei do lado de fora e vi o imenso mar azul. O Iate estava em constante movimento. Harry estava sentado em uma poltrona da varanda, provavelmente estávamos viajando em piloto automático.
– Chris? Já acordou? – ele largou um copo do lado da mesinha. – Senta aqui, meu amor.

Cocei os olhos, ainda com efeito de tontura e andei esforçadamente até a poltrona, me sentando em seu colo. Na mesinha tinha um copo de Uísque.

– Tá tudo bem, agora? – ele me olhou preocupado, brincando com os fios do meu cabelo. Pisquei algumas vezes e vi o roxeado em seu olho.

Ok, realmente não foi um sonho.

Toquei o local e Harry fez uma careta, puxando o ar entre os dentes simulando dor.

– Idiota! – bati em seu braço e levantei do seu colo. Harry ficou me olhando assustado. – Por que fez aquilo? – esbravejei. – Sabe o quanto foi vergonhoso ver meu noivo se atracando com um estranho qualquer numa rua? Foi ridículo, Harry! Ridículo!
– Chris, espera! – ele segurou meu braço antes que eu voltasse pra dentro. – Me perdoa, por favor. Eu estava de cabeça quente, eu…

Levantei a mão e enchi minha força toda em seu rosto. O estalo fez Harry xingar alto e colocar a mão em cima da bochecha.

– Porra Christinne! – ele disse irritado, pegando o copo de Uísque e colocando em cima do tapa. Como se aquilo realmente fosse aliviar.
– Nunca-mais! Nunca! Me ouviu? Você nunca mais faça isso! Você não é esse Harry que eu conheci e eu não quero que faça mais isso. Me deixou em estado de pâ… – não tive tempo de terminar de falar. Harry tinha tomado meus lábios com um beijo urgente.

Suas mãos corriam desesperadamente pelo meu corpo, sem um lugar preciso para ficar. Meus dedos enterraram em seus fios de cabelo, as vezes o arranhando suavemente, tirando suspiros pesados da sua boca.

– Me desculpa. – ele sussurrou intercalando um selinho e outro. – Eu nunca mais faço isso. Eu te prometo. Nunca! Mas não fica assim comigo, eu fiz aquilo por sua causa. Você é minha, porra!

Sorri de canto e o beijei novamente.

– Eu sei, seu nervosinho. – ri. – Mas não precisa agir feito um ogro.
– Eu preparei um jantar como pedido de desculpas. Você quer jantar comigo?
– Parece um convite de primeiro encontro. – sorri passando meus braços em torno do seu pescoço e os confortando ali. Harry tinha me pego no colo e me colocado sentada no parapeito do Iate. Prendi seu quadril entre minhas pernas e ali ele ficou.

– Então faça de conta que é o nosso primeiro encontro. – ele sorriu. Seria engraçado dizer, mas Harry só ficou mais lindinho ainda com aquele roxinho no olho.  
– Nosso primeiro encontro, certo? – perguntei e ele afirmou com a cabeça. – Então não pode me beijar. Ainda estamos nos conhecendo.
– Ah, é? – sorriu malicioso.
– É.
– Mas podemos transar.
– Harry! – o olhei chocada. – Claro que não! É o primeiro encontro.
– Eu sei. E por isso preciso ter uma garantia, caso o segundo não aconteça.
– Há há… Não! – respondi sem humor.
– Ok. Então ante de irmos á esse “encontro”, vamos fazer nosso melhor lá dentro? Aproveitar que eu ainda te conheço e você me conhece muito bem. – Harry sussurrou mordendo e lambendo meu pescoço. Apertei seus ombros, amolecendo com seus toques. Se eu perdesse o controle, ia acabar virando pra trás e caindo no mar.
– Tá, mas… Desliga esse motor primeiro. Não gosto do Iate em movimento. Estou prestes a vomitar.

Harry parou rapidamente e me olhou sem aquele brilho malicioso de antes. Acho que aquela palavra quebrava qualquer encanto.

– Não vomita em cima de mim, ok?

Desci rapidamente do parapeito e me debrucei sobre o mesmo, despejando todo aquele “incômodo” na água lá embaixo. Eu odiava vomitar na frente de Harry, mas realmente não tinha como segurar. Aquele balanço era irritantemente chato!

Ele segurava meu cabelo no alto em um rabo de cavalo e meu corpo tremia, suando frio.

– Vem mais por aí? – Harry perguntou segurando minha cintura.
– Não. – passei as costas da mão pela boca e me virei. – Sei lá, mas acho que agora fiquei mais leve. – ri.
– Arc! Nojenta! – Harry me empurrou de lado e riu.
– Vem cá me dar um beijinho!
– Pode parando! – ele respondeu gargalhando e andando de costas.
– Vem cá, amorzinho! – continuei o perseguindo e quando dei por mim, estávamos correndo pelo exterior do Iate, feito duas crianças brincando de pega pega.

Definitivamente não somos um casal padrão.






Vas Happenin?
OMG! Viram Story of My Life?
Que Perfect, Man!
Estão gostando, anjos? *----*
Malikisses, Biia.











2 comentários

  1. Kkkkkkkkkkkk perfectttt
    Soml perfeitoooo
    Continuaaa

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  2. Omg haushaushaushaus #morri com esse final! Soml eh perfeita :) continuaaaaa

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