Capítulo 39

- Harry S.

Mais um pouco e eu acabaria dando um tapa na Gemma por ficar dizendo que Christinne me deixaria criando raízes na igreja. Ela não faria isso! E isso também não é piadinha que se faça em um momento desses.

A Avenida principal estava cercada de milhares de garotas histéricas, viaturas policias, corpo de bombeiro e tudo mais que você possa imaginar de desnecessário em um dia como esses. Paul começava a ficar estressado, porque ele não imaginava que teria que trabalhar logo no seu dia de folga.

Saí do carro e a gritaria insana logo começou. As portas da igreja já estavam abertas e os convidados entravam e se sentavam nos lugares reservados.  Caminhei até lá acompanhado de Gemma, e minha mãe, claro. Alguns vinham e cumprimentavam, outros simplesmente acenavam de longe.

Cumprimentei o padre e conversamos alguns minutos antes de eu ir para o meu posto de noivo no altar.

– Está enchendo rápido. - comentei com a Gemma.

– Quem ia querer perder esse casamento, bobinho? - ela sorriu.

- Chris

– Parabéns, Chris! - Cate correu animada pra me abraçar. - Que seja um meninão lindo como Harry.

– Ah, querida, estou tão feliz por você. - mamãe também me abraçou derramando um rio de lágrimas.

– Gente... Eu...

– Christinne, a limousine já chegou pra levá-la á igreja. - a costureira disse da porta.

– Vamos, vamos! Cuidado com esse véu, pelo amor de Deus. - Cate dizia me arrastando a força para fora do vestuário.

Naquilo tudo, eu não conseguia raciocinar. As coisas aconteceram rápidas demais e eu ainda nem tive tempo de me estabilizar do choque. Eu? Mãe em dobro? Eu estou feliz, ok. Mas e Harry? Ele me preocupa. Sempre me preocupa!

Segurei alguns panos do vestido enquanto andava para que eu própria não pisasse e o rasgasse.  A limousine branca e prata estava estacionada no lado de trás da loja para que ninguém visse o vestido antes da hora. Os paparazzis tinham cercado toda a entrada.

– Ei, não chora pra não borrar a maquiagem. - Cate disse lodo após de entrarmos no carro.

– Eu vou casar, descobri que estou grávida… Você ainda quer mesmo que eu pare de chorar?

– Oh, céus, Christinne, você vai acabar chegando toda borrada. Então se quiser continuar, o problema é seu. – mamãe disse se metendo no assunto.

Por que aquele caminho era tortuosamente feito em velocidade baixa? O motorista deveria estar querendo me matar do coração.

( . . . )

– Por aqui. – mamãe me ajudou a descer e uma imensidão de flashes foram lançados em minha direção. A avenida principal estava uma loucura de gente. Parecia que Londres inteira tinha vindo até aqui. – Levem até a capela. – ouvi ela falando com alguém.

Duas mulheres foram me ajudando a andar para algum lugar do lado de trás da catedral. Eu estava achando que iria entrar agora, mas tudo bem. Meu pai estava lá e estava um GATO!

– Mãe, essa é a hora! Recupera o tempo perdido. – murmurei.

– Me respeita garota. – ela me cotovelou.

– Paizinho! – sorri indo abraçá-lo.

– Eu não acredito que você já vai se casar. – ele disse sorrindo em nosso abraço e me soltou para olhar todo o meu vestido. – Linda!

– Para, pai! – já tinha um nó na garganta louco pra se desprender.

– Eu espero que esse Harry te faça muito feliz ou…

– Ou nada! Ele me faz feliz e o meu lugar é ao lado dele, pai. – beijei sua bochecha. – Ele não vai me decepcionar, eu nasci pra isso.

– Essa menina é apaixonada por ele desde a época dos pôsters, Marcos. Vai ser difícil parar de ser apaixonada.

Meu pai riu e beijou minha testa.

– Que Deus abençoe sua nova família. – ele disse me olhando sincero nos olhos. Alguém tinha tirado foto daquele momento, escutei perfeitamente o som do click, mas não me importei em olhar. Eu só queria abraçar meu pai e agradecer por ele estar em um momento tão importante pra mim como esse.

– Já está tudo pronto! – uma mulher veio avisar da porta.

– Pronta? – meu pai me lançou um olhar desafiador.

– Acho que sim. – sorri nervosa. – O coral já está preparado na igreja? – olhei para Cate.

– Sim, prontíssimos.

– Então alguém me traga um microfone e peçam para que não coloquem o áudio da música de entrada.

Todos me olharam chocados, esperando uma explicação.

– Como você quer que tire o aúdio?! – Cate indagou.

– Vou mudar os planos. – respondi apenas.

– Harry S.

O padre conversou algo com a mãe, que assentiu e passou a informação para um homem. O mesmo andou até as portas da igreja e as fechou.

– É agora? – olhei ansioso pra Gemma.

– É o que parece. – ela sorriu e fez um leve carinho na minha bochecha. – Chegou a hora, maninho. Boa sorte!

– Obrigado por acabar de fuder com meus sentimentos.

– Shh!

– Ops, perdão padre! – murmurei com um sorriso amarelo.

O coral começou a cantar notas leves e as portas foram se reabrindo novamente enquanto eu podia escutar a voz de Christinne afinada cantando Hallelujah. Todos se levantaram e olharam respectivamente para a entrada. As portas iam abrindo lentamente pro meu desespero, eu queria vê-la imediatamente.

Sua voz se sobressaiu, agora sem o coral, atingindo uma nota média que fez meu coração bater descompassado e todos os pelos do meu corpo se eriçarem.

– Ela está cantando! – eu podia ouvir os vários comentários dentro da catedral.

Prendi um pouco a respiração quando ela finalmente apareceu com o seu pai naquela entrada. Eu não ia chorar agora, eu não ia chorar agora, eu não ia, eu não ia, eu não ia, eu não ia.

A borda do vestido branco fazendo um circulo em torno do seu corpo e logo atrás um véu grande e cintilante que fazia seu rosto se iluminar como uma fada. Pra mim, não existia mais ninguém ali em volta. Ela era meu tudo, ela era o meu único foco, meu único ponto de energia. Seu sorriso era o objeto mais valioso que qualquer outra imagem divina que estava ali dentro. Ele valia minha vida e sem ele nada fazia sentido pra mim.

Meus olhos começaram a se encher de lágrimas quando ela atingiu a nota mais alta da canção, estendendo a voz até o fôlego realmente acabar em seus pulmões. Não só eu, mas todos os convidados e nossas famílias estavam impressionados com aquele talento. Suas notas batiam nas paredes da catedral e voltavam aos meus ouvidos como uma perfeição sem tamanha. Meu coração acelerando ainda mais até fazer meu peito vibrar.

Olhei pra minha mãe, ela estava me olhando emocionada no mesmo momento. Eu podia enxergar o que aquele olhar me dizia e era exatamente aquilo que eu pensava agora.

“Christinne nasceu pra mim”.

– Juízo, rapaz. – Marcos disse piscando e me entregando a mão de Christinne.

– É toda minha vida resumida aqui. Eu cuidarei até minha morte.

Ele sorriu e deu um leve tapinha em meu ombro, sussurrando um “Eu confio em você”. Era bom demais saber aquilo.

– Oi! – olhei para Christinne, finalmente em minha frente.

– Oi! – ela riu e entrelaçou nossos dedos, virando de frente para o altar.

– Está uma gata! – murmurei perto do seu ouvido enquanto o padre dava as saudações aos convidados.

– Um noivo normal diria que eu estou uma princesa ou algo do tipo, Harry. – ela murmurou de volta.

– Você não está casando com um cara normal. Quer desistir agora? Aproveita a chance. – brinquei.

– Eu não saio daqui nem que esse teto desabe.

Sorri e olhei em seus olhos emocionados. Céus, ela estava muito linda de verdade.

– Em nome do pai, do filho e do espírito santo… – o padre fez os gestos á nossa frente. – Amém.

Repetimos os sinais e a cerimônia começou.

Arrumei minha postura e fixei meu olhar nas palavras do padre. Hoje eu me sentia o homem mais sortudo da face da Terra. Hoje todos os meus sonhos se realizavam, eu tinha encontrado uma parte perfeita de mim. E essa parte era ela.

Era somente ela.

Christinne Belmore.

Flash Back ON

- Por que você não fez outra coisa sem ser boxe? - Christinne me olhou. - Podia ser dança, talvez. – ela sugeriu me fazendo rir.

- Quer mesmo que eu aprenda a dançar com aquelas professoras de leg's coladas e segurando minha cintura? -  perguntei para provocá-la

- Não! Nem pensar. Seu cachorro! - ela me deu um tapo forte em meu braço.

……

- Harry... V-você está chorando? -  ela se afastou do abraço e me olhou com um sorriso de canto. - Amor! - ela riu limpando meu rosto.

- Eu estava sentindo sua falta, princesa. - sussurrei encostando nossos lábios.

…..

- Harry! - Christinne diz brava.

- O que foi?

- Vai se vestir logo! - ela vira de costas pra não me ver nú.

- Para de ser dramática.

- Para de andar nu por aí! - ela rebate.

- Mas eu sou seu namorado.

- Obrigada por lembrar. Ultimamente eu ando com amnésia. - ela diz ironica. - Isso não significa que você tenha que andar pelado na minha frente. - ela começa a ficar corada. Abraço-a por trás e beijo seu pescoço. - Eu sei que você gosta. - sussurro em seu ouvido e ela se afasta, me fazendo rir.

……

FlashBack OFF

– Você aceita Christinne como sua legítima esposa, na saúde ou na doença, na alegria e na tristeza, na alegria e na pobreza… Prometendo amá-la e respeitá-la até os últimos dias de sua vida? – o padre e toda a igreja me olharam.

Sorri e olhei para Christinne, que agora começava a soltar aquelas lágrimas que estavam presas desde o inicio da cerimônia.

– Sim, eu aceito. – sorri.

Ele refez a pergunta para Christinne e ela me olhou, fazendo uma pausa dramática pra responder. Se ela dissesse não, eu juro que surtaria.

– Eu aceito.

Pareceu que a igreja inteira suspirou aliviada, assim como eu.

Mamãe veio até nós dois com Zoe no colo e disse algo em seu ouvido. Zoe assentiu e pegou a caixinha vermelha, me entregando.

– Obrigado, meu amor. – sorri e beijei sua testa. – Vou cuidar muito bem da sua mãe.

Me virei novamente pra Christinne e pisquei com o olho direito tirando uma das alianças ali dentro.

– Esse é um pequeno símbolo que representa um grande sentimento do qual guardo por você. – sorri e encaixei gentilmente a peça em seu dedo anelar. Depositei um beijo por cima e Christinne mordeu os lábios ansiosa.

– Eu realmente não sei o que dizer agora. – ela sorriu envergonhada pegando a outra aliança. Todos riram e descontraíram um pouco seu nervosismo. – Mas eu te amo mais que a mim mesma, então isso é o que importa. – disse sorridente e colocando a aliança dourada em meu dedo.

– Sendo assim, eu e a igreja católica, os abençoa e consagra vossa união. O que Deus une, o homem não poderá separar. Eu vos declaro… Marido e mulher. O noivo tem minha permissão para beijar a noiva. – o padre sorriu e nos abençoou com um sinal da cruz.

Toda a igreja ficou de pé quando me aproximei de Christinne e acariciei sua bochecha. Ela sorriu, levando uma das mãos até minha nuca e acariciando de leve. Puxei sua cintura e a beijei calmamente enquanto escutávamos uma barulhenta salva de palmas.

– Eu amo você. – murmurei abrindo meus olhos vagarosamente após o beijo. – Eu vou te amar eternamente, até mesmo quando não estiver mais aqui.

– Harry, eu também te amo. – ela sorriu em meio as lágrimas e me beijou novamente. –  E você vai ser pai. De novo.

– Que?

Meu coração estava parando pouco a pouco. Ela sorriu e me beijou novamente, mais demorado e carinhoso, pegando minha mão e colocando em sua barriga.

– Parabéns, papai. – ela murmurou depois de afastar minha mão dali.

– Eu? P-pai? De novo? – sorri de canto e ela assentiu. – Christinne, não brinca comigo.

– Não estou brincando. – sorriu.

– Eu…

– Vamos, pombinhos! – Gemma veio nos chamando a atenção – A limousine tá esperando.

Descemos do altar rapidamente e caminhamos pelo tapete vermelho que levava até o lado de fora, onde a limousine nos aguardava.

Eu seria pai? De novo?!

Palmas e mais palmas, depois gritos ensurdecedores quando saímos do lado de fora. Cada vez ficava mais cheia as ruas. Tinha mais paparazzis do que eu podia imaginar, não queria que fosse algo tão grandioso assim.

Uma chuva de arroz foi lançada sob nossas cabeças, fazendo Christinne rir e se encolher ao meu lado.

Virei seu rosto e a beijei carinhosamente.

Click!

Essa seria a grande foto da nossa história.

                                                                  VAS HAPPENIN?
                                                                  GOSTARAAM?
                             AMANHÃ SAI O ÚLTIMO CAPÍTLO + UM PRÓLOGO 
                                               QUE É COMO UM CAPÍTULO BÔNUS.
                                                              MALIKISSES, BIIA