Capítulo 25







Harry estava brincando com a ponta dos dedos pelo o meu pescoço. Cada pelo do meu corpo se eriçava com seu toque, era tão bom…

– Harry, para! Temos que levantar. Já deve ser onze da manhã. – murmurei fraca com os olhos fechados.
– Mas eu quero ficar aqui com você. – sua voz saiu rouca extremamente próxima do meu ouvido. Ele sorriu quando eu me contorci levemente com um arrepio.

Abri os olhos. Harry Styles, tão lindo e tão apaixonado na minha frente.

– Eu te amo. – disse o abraçando.
– Também te amo. Durma mais um pouco. – ele me abraçou de volta.
– Mas eu tenho que trabalhar! – disse relutante com o rosto enterrado em seu peito.
– Tem certeza que você ainda quer trabalhar? – pude sentir ele sorrir quando sua mão desceu vagarosamente pelo meu quadril, como se tivesse o desenhando, até parar em meu bumbum.
– Harry, você é muito pervertido! – gargalhei ainda abraçada em seu corpo. – Zoe já deve estar sentindo nossa falta, por favor, vamos levantar.
– Eu não estou te impedindo.
– Mas também não levanta! Se você levantasse, eu iria levantar também.
– Hmm. Não tô afim de levantar. – Harry jogou uma perna por cima do meu quadril, me prendendo consigo na cama.
– Harry, por favor… – choraminguei e levantei o rosto para encará-lo. – Cate vai me matar se eu chegar atrasada.
– Me dá um beijo primeiro.

Dei um rápido selinho e Harry franziu a testa.

– Desaprendeu a beijar? Se quiser que eu te ensine, não vai ser tão difícil.

Revirei os olhos e  encostei nossos lábios novamente, dessa vez com mais calma. Harry mordeu meu lábio inferior e sorriu antes de me beijar novamente. Ele era um vício, um vício muito, muito perigoso.

– Só mais um. – ele pediu manhoso.
– Não, Harry. Vamos levantar, anda! Tira essa perna de cima de mim. – ele me olhou sem responder nada, o que era extremamente irritante. – Eu vou te bater, me larga!
– Bate.
– Arrrrgh!

Ele riu e me beijou de novo.

– Quer que eu te solte, não é?
– Adoraria. – respondi sem humor.
– Não adianta ficar irritada, continua linda.

Por que ele tinha que me fazer sorrir logo quando eu estava tentando ficar chateada?

– Tem certeza que eu devo te soltar?
– Absoluta!
– Tá bom. – tinha sido mais fácil do que eu imaginava. – Você não gosta de mim, não quer ficar comigo. – ele virou pro outro lado e ficou dramatizando.

Idiota era eu que ainda caia nesse teatrinho e conseguia ficar com pena. Eu não tinha culpa se ele sempre ficava fofo fingindo estar triste.

– Tá bom, desculpa. – beijei seu ombro e ele se virou. – Eu fico aqui com você. – sorri. Ele me abraçou de novo e fechou os olhos, ainda com aquele sorrisinho bobo.
– Faz carinho. – ele pegou minha mão e colocou no seu cabelo.

Carência? Nem um pouco, imagina!



( . . . )



Cate e Miguel estavam dentro da sala de reunião há horas. Eu começava a achar que eles estavam trabalhando em outra coisa, se é que você me entende. Hoje o estúdio não estava tão cheio, apenas alguns produtores conversando dentro das salas de gravação, mas nada de importante. Eu precisava muito que Cate saísse daquela reunião logo porque eu precisava saber se tinha algum ensaio hoje e isso, só ela podia me responder.

– Justin? – meu coração gelou no mesmo instante. Ele virou pra trás e eu acreditei que realmente era ele.
– Chris! – ele sorriu vindo em minha direção.
– Nossa, pensei que não fosse lembrar de mim. – nos cumprimentamos com um beijo em cada lado da bochecha.
– Como não lembrar? Aquela apresentação no Brit foi épica!
– Obrigada. – respondi sem graça. – E então? Você por aqui na gravadora, eu não pensei que fosse…
– Não, não. Na verdade só vim visitar uma amiga. – ele disse rapidamente.
– Chris! Nossa, você já chegou? – Cate logo saiu da sala. Meu queixo foi no chão. Justin Timberlake e Cate? Mas não era um tal de Miguel produtor que estava lá dentro?

OMG, não podia ser! Gente, que vontade de rir.

– É, eu… Pois é, cheguei cedo. – encarei-a com um sorrisinho. Cate engoliu em seco e disfarçou. – Eu só queria saber se tinha algum ensaio.
– N-não. Hoje quase todos estão de folga.
– Hm, tudo bem. – olhei para os dois, pela última vez. Nossa, eu era tão babaca! Eu, no lugar da Cate, tinha me dado um soco bem no meio da cara. Sorri discretamente depois de encará-los. Os dois ficaram vermelhos. – Então tá. Vou indo nessa!

Cinco passos depois e eu já estava caindo na gargalhada sozinha. Cate era tão descarada! Como ela estava pegando o Timberlake aqui em N.Y e ninguém sabia? Cara, eu podia ser paparazzi.

Apontei a chave para a Range Rover e as portas destravaram. O estacionamento estaria quase vazio, se Justin não estivesse indo embora também agora. Eu nunca vou me esquecer desse episódio toda vez que olhar para ele. Nossa, eu preciso zoar a Cate depois. Realmente preciso!

Liguei o carro e parti em direção ao hotel. Ainda não tinha visto Zoe e á essa altura Harry devia estar brincando na piscina do hotel com ela e a Lux. Escutei os meninos dizer que iam ficar por lá hoje, não estavam muito a fim de sair.

Foi praticamente impossível entrar no estacionamento do hotel com tanta fã em volta. Devia estar todas as fãs misturadas, era uma multidão, buzinar não adiantava. Os seguranças tinham que lutar duro para afastá-las do carro, eu estava com medo de atropelar alguma delas acidentalmente.

Estacionei rapidamente na primeira vaga á vista e peguei o elevador até a cobertura. Sou impaciente com elevadores, mas subir vinte e dois andares de escada definitivamente não é uma coisa que eu queira fazer por livre e espontânea vontade.

Quando as portas se abriram, o cenário relaxante de lazer e piscina estavam á minha frente. Caminhei pela cobertura tentando  encontrar os meninos, só os achei alguns minutos depois. Eles tinham escolhido cadeiras de praia do lado de trás da área.

Zoe saiu do colo de Harry e veio correndo pro meu colo. Antes ela levou um tombo. Ela ainda não está com a coordenação motora ainda excelente, mas está se adaptando. O berreiro logo começou, tinha um pequeno machucado no joelho, mas não era nada grave. Harry levantou, ele vinha até nós duas, achei que ele fosse me ajudar á fazer Zoe parar de chorar, mas ele simplesmente passou por mim com uma carranca, como se eu nem existisse.

– Ei! – segurei seu braço, mas ele puxou de volta e continuou andando até entrar no elevador. – Tudo bem, amor. A mamãe vai cuidar desse machucadinho. – beijei sua testa e a levei comigo até o elevador, onde Harry já tinha entrado e sumido há muito tempo. O que tinha dado nele?

Zoe chorou, chorou por muito tempo. Aquela descida no elevador parecia estar demorando séculos. Ela só tinha um ano, como podia quase perfurar meus tímpanos com um simples choro? O pior de tudo era não conseguir fazê-la parar.

Entrei no quarto e tudo o que eu vi foi Harry de bruços na cama, chorando e soluçando ao mesmo tempo. Evitei falar algo, eu estava assustada demais. Primeiro ele me tratava como uma estranha e de repente vinha pro quarto chorar. Entrei no banheiro e tranquei a porta. Coloquei Zoe sentada na bancada e abri as portas do armário procurando por um Kit de primeiros socorros.

– Olha, a mamãe vai passar isso aqui, tá bom? Nem vai doer, posso? – mostrei o vidrinho de remédio e Zoe assentiu. – Muito bem!

Destampei o frasco e passei a primeira pincelada sobre o machucado no joelho de Zoe. Ela mexeu a perna e faz uma carinha de dor que me deu pena, ao mesmo tempo vontade de rir com tanta fofura.

– Ardeu?
– Ardeu mamãe.
– É, eu não sabia que ia arder. Sinto muito. – peguei-a no colo e saí do banheiro. – Senta ali com os ursinhos, ok? – coloquei-a no chão e dei um leve empurrãozinho em suas costas. Ela andou até os brinquedos e sentou perto deles, começando a conversar como se fossem gente.

Respirei fundo e sentei ao lado de Harry.

– O que está havendo? – tentei ser o mais serena possível. – Harry? Está me ouvindo?

Ele soluçou mais uma vez e mexeu as pernas.

– Sabe, eu não gosto quando você me ignora desse jeito. Hoje você estava tão carinhoso comigo, o que eu te fiz?
– Você sabe o que fez!
– Hã? Eu fiz o que, Haz?
– Agora me chama de Haz? – ele sentou na cama. Os olhos inchados, a voz rouca de tanto chorar. – Por que você fez isso? Por que comigo?
– Harry, está me assustando! Eu não fiz nada com você.
– Você saiu daqui pra se encontrar com outro cara! Você disse pra mim que só ia trabalhar!
– O QUE? – me levantei com o tamanho espanto. – Eu? Com outro cara? Harry, qual é o seu problema? Zayn está te dando drogas?
Não adianta mentir pra mim!
– Fala baixo! A minha filha, porra!

Harry me encarou bufando.

– Olha aqui, eu posso ser o que for, Harry. Posso ser qualquer coisa que você quiser imaginar de mim, menos infiel. Eu honro isso aqui que eu levo no dedo, eu sei respeitar quem me ama. Não admito que você venha do nada, dar um ataque de periquita dizendo que eu fui me encontrar com outro cara! Eu quero provas disso!
– Então olha no seu celular. Qualquer site na Internet vai explicar tudo aquilo que você já sabe. – ele me olhou com repugnância. – Agora eu entendo a sua aproximação repentina com o Timberlake. Então era isso? O tempo todo era isso?

– J...Justin Timberlake? Mas… Você ficou louco, é?
– Então o que vocês dois faziam no mesmo estúdio? E por que estão dizendo que ele foi visitar uma amiga dele em particular? Me explica, Christinne!

Eu não estava acreditando. Tapei a boca, mas foi difícill controlar a gargalhada. Harry ficou ainda mais vermelho, ele devia estar achando que eu estava de deboche. Mas eu realmente estava rindo só por ter imaginado o que o Timberlake foi fazer lá no estúdio.

– Eu não fui me encontrar com o Justin! – respondi me recuperando dos risos. – Ele foi pra ver a Cate!
– Cate?! – Harry me olhou desconfiado. – Eu achei que você pudesse mentir melhor.
– Harry! O que? Você não está acreditando em mim, é isso?
– Christinne, eu estou chateado, tá. Me deixa!
– Bebê, eu jamais mentiria pra você. Para de ser ciumento e acreditar em tudo aquilo que sai em Internet. Pensei que você já soubesse lidar com essas coisas.

Ele mal me olhou. Continuava com aquele bico e a cara emburrada.

– Não sou ciumento. – respondeu.
– Ah, não? – me sentei ao seu lado sorrindo.
– Não.
– Então é só protetor?
– Sim. Tenho que cuidar daquilo que é meu. – ele me puxou para perto e me beijou, mas ainda estava com a expressão tensa. – Me desculpe.
– Você chorou tanto… – ri e passei a mão pelo o seu rosto, secando a umidade das lágrimas.
– Eu pensei que tivesse te perdido.
– Nossa, Haz, você as vezes é tão bobo que me surpreende.
– Desculpa se eu sou muito apaixonado por você. – ele sussurrou mordendo meu lábio.
– Eu amo você. – murmurei. – Só você.



( . . . )



Enquanto caminhava pelo backstage, tentava me concentrar em aquecer a voz. Já começava a passar de sete horas da noite, já estava na hora do show. Alguém me deu um microfone e eu subi na plataforma suspensa por cabos de aço que me levaria para cima do palco. Fechei os olhos ao escutar a gritaria que se instalou na arena quando o baterista começou a se aquecer.

A plataforma subiu em um único impulso e a as luzes se acenderam. Milhares de vozes, luzes, lágrimas, sorrisos, gritos. Aquilo era mais lindo que qualquer outra coisa que eu já tenha visto.

– Boa noite, Nova Iorqueeeee!

Eles gritaram. O som da guitarra e violão começaram juntos na primeira canção da noite. Pude ver Harry e os meninos na aréa de cima, no camarote, dançando e cantando animados.


( . . . )



A banda cessou e eu aproveitei o intervalo para beber um pouco d’água. Os fãs continuavam a cantar em coro a música que eu acabara de cantar, eles estavam muito empolgados hoje.

– Ok. – prendi o microfone no pedestal e respirei fundo. – Ahn, muitos devem saber que eu tenho uma pessoa especial em minha vida.

Eles gritaram e fizeram “Owns” infinitamente.

– Essa pessoa está presente hoje. – olhei rapidamente para o camarote. Harry pareceu ter se tocado de quem eu falava. – Eu sou muita grata por ter essa pessoa comigo. Mesmo com todos os terremotos, ainda permanecemos sólidos e eu sei essa pessoa é a pessoa certa porque…  – silenciei e olhei pro chão. Tentei secar uma lágrima em segredo, mas todos perceberam e gritaram mais ainda. – Toda vez que nos olhamos um pro outro, bem dentro dos olhos, eu posso ver toda a minha vida se passar ali.
– Owwwwn! – todos fizeram em coro.
– Então, eu quero dedicar essa música, que não é minha, á essa pessoa especial. – olhei para Harry no aglomerado de fãs no camarote. Quase todos estavam olhando pra ele, todos já sabiam de quem se tratava. Não era tão um segredo. – Se chama You da One, da Rihanna. – me afastei do microfone e andei até a banda, pedindo que fizessem uma melodia acústica, bem calma.

Andei até o centro do palco e bati palmas no alto, incentivando a todos fazerem o mesmo. A iluminação da Arena diminuiu. A maioria acendeu seus celulares no alto, estava do jeito que eu queria que estivesse.

– Você é o cara com quem eu sonho o dia todo. Você é o cara em quem eu penso sempre.

Fechei os olhos, me deixei levar por cada palavra.

– Você é o cara certo, então vou me comportar. – sorri involuntariamente. Eu não fui uma garota dos padrões normais, sempre tirei Harry do sério. Espero que ele entenda estas palavras.

–  Meu amor é seu amor, seu amor é meu amor. –  os fãs cantaram juntamente, me fazendo ficar emocionada sem muito esforço.

Olhei para o camarote. Não me importei de apontar, eu queria que todos soubessem disso. E que Harry principalmente entendesse que não havia outro cara pra mim.

– Amor, te amo. Preciso de você aqui comigo o tempo todo. Amor, somos feitos um para o outro. Você me faz sorrir o tempo todo. –  Harry sorriu ao longe. Os meninos estavam sorrindo pra ele e dizendo algo que eu não podia entender. –  Pois você sabe como me fazer aquilo, você sabe me puxar de volta quando eu fujo. Tentando fugir do seu amor. Você sabe como me amar forte. Não vou mentir, estou me apaixonado forte. Estou me apaixonando por você, mas não tem nada de errado aí.

Voltamos pro refrão. Estava tudo absolutamente lindo. Todos aplaudiram fortemente quando a música terminou, pisquei com o olho direito secretamente pra Harry. Ele deve ter visto, ele me mandou um beijo de volta.

Ufa, missão cumprida! Eu precisava me declarar ou acabaria ficando sufocada.



( . . . )



Terminei de tirar os saltos e pus um chinelo. Eu até podia ter disposição, mas agora que estava no camarim, merecia descansar os pés um pouquinho. A noite foi cansativa.

– Por acaso é aqui o camarim de uma certa cantora chamada Christinne? – Harry apareceu na porta.
– Depende. Se você veio pela cantora, ela já está descansando faz tempo. Mas se for pela Christinne… Talvez ela te atenda. – sorri de canto e ele se aproximou.
– Eu amei o que você fez.
– O que eu fiz?
– Cantou aquela música. – ele sorriu bobo.
– Mas não era pra você. – me fiz de desentendida e Harry bateu na minha cabeça de leve. – Tá bom, parei. – ri. – Eu achei que fosse gostar.
– E achou certo. – ele me beijou rapidamente. – Foi bom saber com aquela voz linda que eu sou o único cara que te faz ficar comportada. – ele sorriu malicioso.
– Sinta-se honrado.
– E eu achando que você não era nem um pouco comportada. Quer dizer que ainda existe uma versão pior dessa Christinne?
– Uhum, existe. E é melhor você tomar cuidado com ela.
– Ok. – ela levantou as mãos, se rendendo. – Prefiro então essa Christinne comportada. Que mesmo assim já me dá trabalho.
– Ah, eu te dou trabalho, seu cachorro? – bati minha mão contra o peito de Harry, que fez um barulho oco, mas não pareceu ter machucado. Harry anda bem forte ultimamente.
– Me chamou de quê?
– De cachorro! Ca-chor-ro! – repeti. – Já devia saber disso há muito tempo.

Harry ia dizer alguma coisa, mas Cate chegou e pediu que eu fosse até a outra sala tirar foto com algumas fãs.

– Depois a gente continua. – o beijei e Harry me olhou de um jeito sombrio e malicioso, dos pés a cabeça.

Eu sabia o que ele queria e era o mesmo que eu. Seria ótimo se a dose da noite anterior se repetisse essa noite, eu ia torcer para que acontecesse.


– Definitivamente vamos continuar. – ele respondeu antes de eu sair, me arrancando risadas.






O que acharam do capítulo?
Desculpem a demora. 
Malikisses, Biia.










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