Capítulo 32







Chris POV

E por mais que eu fosse forte, aquele beijo era bom demais para se interromper. Havia uma nova chama se reacendendo em meu peito. Era aquela coisa que eu sentia toda vez que ele me abraçava, me tocava, me mostrava um sorriso. Aquela coisa que não ia morrer de uma hora pra outra e Harry sabia exatamente alimentá-la: O amor.

– Que beijo bom. – ele sorriu torto me olhando.
– Não era pra ter acontecido.
– Me diz o por quê. – seus braços me prenderam ainda mais firmes contra seu corpo. – Porque não é exatamente arrependimento que eu vejo nos seus olhos depois desse beijo.
– Me solta. – desviei o olhar dos seus olhos.
– Não vê que eu te amo? Por que cisma tanto em fugir de mim?
– É melhor pra nós dois.
– Não, não é.
– Harry… – suspirei derrotada. Ele me surpreendeu com outro beijo e ainda mais longo.

Era difícil resistir, pois minha boca correspondia involuntariamente cada movimento da sua. E aquele perfume? Harry tinha exatamente tudo pra me fazer esquecer o passado e viver o presente.

– Eu odeio quando faz isso comigo. – passei meus braços em torno dos seus ombros. Um sorriso se iluminou em seu rosto. Era o mais lindo de todos.
– Eu é quem deveria odiar o jeito em como você vai embora e me deixa sozinho.
– Eu te amo. – sussurrei encostando as pontas dos nossos narizes. Sorrimos e Harry me selou. – Era para estarmos casados agora.
– Culpa sua.
– Eu sei. – ri fraco. – E eu acho que nem estava tão preparada. O medo e a raiva juntas são perigosas demais.
– Estava com medo de se casar comigo? – Harry sorriu divertido. – Achou que ia casar com o Jason da serra elétrica?
– Harry, eu só estava nervosa. – ri.
– Eu sei, meu amor. – ele tirou uma mecha do meu cabelo do rosto. – Também estava com um pouco de medo. Você não sabe o que é estar responsável por uma vida, pelo o meu mundo.

Harry também tinha o poder de me deixar envergonhada. Raramente, mas tinha. Ele ria toda vez que isso acontecia.

– Você também é meu mundo, Haz. Também estava responsável por isso.
– Vai cuidar bem de mim?
– Até onde minhas forças aguentarem. – sorri. – E você?
– Vou cuidar de você até quando suas forças acabarem. – sorriu e me beijou novamente. – Mas… Já que estamos começando tudo de novo. – ele me soltou e enfiou uma mão no bolso da calça jeans. Uma nova caixinha de veludo estava em sua mão e ele sorria quando se ajoelhou em minha frente.
– Harry, por favor, não prec…
– Precisa sim. – ele me interrompeu. – Dessa vez, você casa comigo? Pra valer?
– Harry, você sabe que sim. – ri.

Ele tirou o anel da caixinha e pegou minha mão direita. A peça era delicada e simples, não muito diferente da outra. Gentilmente ele a encaixou em meu dedo e o beijou carinhosamente.

– Agora nunca mais fuja. – ele riu e me abraçou apertado.
– Vou tentar. – sorri em seu ombro.
– Christi… Ah, desculpa. – Cate nos olhou constrangida da porta. – Oi,  Harry. Não sabia que você estava por aqui.

Harry riu e se separou do abraço.

– Vim fazer uma surpresa. – ele me abraçou pela cintura e Cate sorriu maliciosa pra mim.
– Uhum, entendi. – ela disse saindo. – Christinne, já está na hora de ir pro palco. – ela disse se distanciando.
– É a minha hora. – o olhei.
– Boa sorte. – ele me selou. – Você vai se sair ótima, como sempre.
– Obrigada.

Ele me abraçou mais uma vez, mais apertado e demorado. Ele me tinha em suas mãos como se eu fosse sua e de mais ninguém.

Nos despedimos com um simples sorriso e eu corri pelo backstage á procura de Cate. Apanhei microfone e o retorno, antes de subir a plataforma. Sentei no pequeno banquinho atrás da bateria e me entregaram as baquetas.

– Subindo, Christinne! – Cate fez um positivo e a plataforma foi se movendo lentamente até o topo.

Primeira música da noite seria Cockiness. Gosto de Rihanna e foi tudo que andei escutando ultimamente. Decidi usá-la como abertura do show, apesar de a letra ser um pouco explícita. Pois não importa, os fãs gostam disso. São tão ousados quanto eu.

Quando subi totalmente ao palco, todos se surpreenderam com quem estava tirando os sons da bateria. Bati nos pratos e lancei as baquetas para a plateia. Levantei do banquinho e o Dj liberou os remixers, fazendo as luzes do palco tremerem fervorosamente.

– Suck my cockiness. Lick my persuassion. – caminhei até o espaço final do palco.



[ . . . ]


– Obrigada!

Os fãs gritaram em resposta. Peguei um ursinho que haviam tacado no palco e desci. Cate e os seguranças já me esperavam pra me guiar até o camarim. Zoe veio correndo até conseguir me alcançar. Peguei-a no colo e coloquei-a sentada entre meus ombros. Senti suas mãozinhas se apoiarem no topo da minha cabeça e ela estava mais faladeira do que nunca hoje.

Cate estava brincando de roubar sua chupeta, então devia ser por isso.

– Papa! – ela disse animada quando viu Harry.
– Vem, princesa. – ele a pegou no colo e foi andando para algum lugar enquanto dizia algo pra ela.
– Vem! A equipe está esperando pra comemorar. – Cate disse me arrastando para o salão de ensaio.

Todas as dançarinas, os produtores, seguranças e mais outros estavam lá reunidos. Tinha uma mesa com champanhes e uma música tocando bem baixinho. Ou talvez o falatório que fosse mais alto.

– Um viva pra Christinne! – Cate disse erguendo meu braço e eu ri.
– Ipi, ipi, Urra! – todos gritaram alto.
– O show foi incrível! – Els veio me abraçar.
– Finalmente você veio me ver, hein. – nos abraçamos apertado. – Cadê Louis?
– Está conversando lá fora, mas enfim. Vi Harry andando com a Zoe lá fora, isso quer dizer que… – ela me deu um olhar significativo.
– É, nós voltamos. – sorri.
– Awn, o que ele te disse?

Puxei Els pelo braço e fomos para o corredor. Alguém tinha aumentado a música, então eu não conseguiria contar direito.

– Ele veio aqui de surpresa e entrou no meu camarim. – peguei minha taça e nos sentamos em um subidinha de escada no corredor.
– O que você fez? – ela perguntou curiosa por cada detalhe.
– Eu fiquei super feliz por ele ter vindo, mas nem demonstrei. Você me conhece, sabe como é. – Els afirmou com a cabeça enquanto gargalhava. – Mas aí ele me beijou á força e então…
– Ah, eu te entendo. – ela riu. – Vocês já estavam mais do que na hora de voltar. Eu fiquei super preocupada quando Louis me disse que vocês não iam mais se casar.
– Ai, Els, na verdade eu estava mega nervosa. Eu sei lá. – beberiquei o champanhe. – Era tanta coisa na cabeça, ainda tinha a turnê. Sabe, nós nem tínhamos planejado lua de mel.
– Mas agora dá tempo. – ela sorriu maliciosa. – Você entrou de férias, os meninos também…
– Hm, eu vou pensar com calma sim.
– Mas já tem uma ideia de pra onde vocês irão?
– Eu estive pensando certa vez em Ibiza.
– O que?! – Eleanor quase botou o champanhe pra fora. – Christinne! – chamou minha atenção. – Geralmente as pessoas passam lua de mel em lugares românticos, sabia?
– Mas eu não quero que a minha lua de mel seja igual a dos outros. Els, eu ainda tenho vinte anos e Harry também. Não estou querendo ser chata, mas eu não quero nada tão clichê como uma lua de mel em Paris.
– Mas isso é um sonho!
– Clichê, mas tudo bem.
– Você não gostaria de ir á Paris em uma lua de mel?
– Hm, gostaria. Mas com Harry eu prefiro fazer diferente porque ele não é um homem tão comum quanto os outros.
– Então já que é assim… Como vai ser essa lua de mel louca em Ibiza?
– Eu ainda não sei. – sorri pensando em alguns detalhes. – Harry também precisa aprovar essa ideia, até porque não existe uma lua de mel só de uma pessoa. – rimos.
– Christinne! – Cate veio andando pelo corredor. – Olha, tem um homem lá fora insistindo pra falar com você. Os seguranças não estão querendo deixar, mas ele jura por tudo que é mais sagrado que você o conhece.
– Hã? – olhei pra Els e ela ficou com a mesma cara de incerteza que eu. – E ele disse o nome?
– Disse que é Marcos.
– Vamos lá comigo, Els? – levantei pegando minha taça juntamente.
– Nossa, mas que esquisito! Por que um homem viria á essa hora falar com você? – Eleanor ia falando curiosa enquanto íamos até o final do backstage.
– Deve ser algum fã, Els. O show terminou agora há pouco, eles inventam de tudo pra entrar aqui.


Descemos uma rampa e a porta se abriu para o lado exterior. O estacionamento estava apenas lotado de carros e alguns seguranças que, conversavam com um homem alto e branco pelas grades de proteção.

– É aquele? – apontei de longe, perguntando á Cate.
– É sim.
– Os seguranças parecem nervosos com ele. – ri e fui andando junto com Eleanor até o aglomerado de homens fardados.

Dei o último gole no champanhe e dei a taça á Eleanor. Se fosse algum fã, eu não ia querer que me visse bebendo, pois não queria nenhum boato ruim circulando por aí depois.

Um vento gelado bateu em minhas costas, carregando meu cabelo para o lado. Abracei meu corpo com uma descarga de arrepios ao olhar para o homem me encarando atrás das cercas. Seus olhos eram tão claros e seu rosto era angelicalmente delicado. Por um motivo meu coração se acelerava, mas esse motivo era desconhecido até certo momento.

Quando ele sorriu e acenou, meu pés frisaram no chão no mesmo instante. Eleanor parou e deve ter perguntado porque eu tinha parado. Senti uma pontada no peito enquanto dezenas de lágrimas desciam pelas minhas bochechas.

– Pai? – murmurei dolorosamente.



4 comentários

  1. Ai qie perfeito! (como sempre *-*) continuaaaaaa

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  2. Eu não lembro muito da história dela com o pai mais vou procurar *)
    Continuaaaaa ficou perfect!

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  3. O pai dela sempre esteve morto. >< No capítulo 23, vocês podem ver que antes dela subir no palco do Brit, ela diz: Apenas olhei pro alto e pedi ao meu pai que estivesse ali comigo agora. Ele tinha que me ajudar agora.

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