Capítulo 31





– Chris


Quando a entrevista terminou, passei um bom tempo conversando com alguns fãs da plateia. Autografei coisas, tirei fotos e até consegui rir um pouco. E rir de verdade! Depois desses dias sem… Ahn… Desses dias difíceis, digamos.

Matei minha saudade de Zoe quando voltei para o camarim. Omg, ela estava tão fofa com lencinho de gatinho na cabeça. Distribuí milhares de beijos em sua bochecha, fazendo gargalhar de cócegas. Eu não sei o que tinha naquele riso, mas ele sempre conseguia me resgatar de qualquer fossa.


– Christinne, mandaram entregar isso pra você. – Cate me veio com um envelope.
– Hum, tá. Obrigada. – deixei o envelope sobre a penteadeira e voltei a brincar com Zoe. – Quem é a princesa mais linda de todo o mundo?


Ela apenas sorriu e mexeu as mãozinhas tentando tocar meu rosto.


– É a mamãe? Eu sou a princesa mais linda de todo o mundo? – sorri. Ela relaxou em meu colo e segurou na alça da minha blusa.


Acho que já estava na hora de amamentá-la.


– Mas agora, Zoe? Não quer esperar chegar no hotel?


Eu nunca gostei de amamentá-la longe de algum lugar privado. Mesmo que este seja meu camarim, mas... Sabe, sem que pessoas desconhecidas cheguem e atrapalhem de repente. E nem vejam meu seio. Isso seria muito estranho.


– Chris? – Cate apareceu da porta. – O Adam quer falar com você.
– O Adam?! – me surpreendi. – O Adam Levine?!
– Sim, querida. – ela riu da minha cara.
– Para Cate! É serio, o que ele quer?
– Eu só ia te fazer um convite! – escutei uma voz masculina do lado de fora e tapei a boca. Cerrei os olhos pra Cate, eu não acredito que ela tinha me deixado pagar um mico desses.
– Ah… Oi, Adam! Pode entrar. – falei nervosa. Encarei Cate mortalmente e ela riu, saindo pra nos deixar á sós.
– Hm, quer dizer que aqui existe um controle severo de quem entra e sai no seu camarim?
– É que eu só fiquei surpresa. – ri e me levantei para cumprimentá-lo. Um beijo em cada lado da bochecha.
– Hey gatinha! – ele brincou com Zoe sentada no sofá. – Tudo em cima? Você fala? Acho que não, né? – ele riu. – Ela é quieta assim mesmo?
– Ela só tem um aninho. Fala só quando estou a sós com ela.
– Ah, entendi.
– Tem filhos?
– Por enquanto… Não. – ele fez uma careta.
– Já entendi. – ri.
– Quero dizer, não sou isso que você está pensando.
– Eu não pensei nada, juro!
– Só estou querendo aproveitar um pouco a vida antes disso, curtir… Algumas garotas. – ele me olhou sorrindo. Se instalou um silêncio esquisito enquanto olhávamos um ao outro.
– Adam, eu…
– Você está vermelha? – ele sorriu torto.
– Olha, eu acho melhor não.
– Melhor não o que?
– Isso que você está pensando.
– Mas eu não pensei nada. – ele continuou sorrindo cinicamente.
– Sei…
– Hey! Eu estou falando sério. Foi você quem pensou, não é? Pra ter dito, deve ter pensado.
– Eu não pensei em absolutamente nada, Adam.


Um, dois, três passos e sua mão se alocou no meu pescoço, fazendo um leve carinho com a ponta do dedão. Fechei os olhos, mas por puro instinto. Seu toque era gelado e isso era o que me arrepiava.


Coloquei as mãos em seu peito para afastá-lo, mas ele resistiu.


– Adam…
– Já estávamos pensando há muito tempo. Vamos terminar logo com isso. – ele sussurrou perto.
– Você acha que pode entrar no meu camarim e simplesmente me beijar? Segundo, respeito pela minha filha, nós não estamos sozinhos.
– E sozinhos, você me daria algo?
– O que você quer?
– Qual é, Christinne? – ele sorriu de canto. – Um beijo. – ele disse obvio. – Não era tão difícil de imaginar.
– E..Eu, não!
– Por que? – ele pareceu desapontado. Sua mão desceu até repousar na minha cintura.


Porque eu ainda amo Harry.


– Porque eu não quero. – minha voz vacilou. Adam franziu a testa e me olhou profundamente.
– Está mentindo. Na maior cara de pau. – disse sorrindo de leve.
– Eu só não quero, por favor, sem complicar. É tão simples, não vê?
– Tudo bem. – ele beijou o canto da minha boca e me deu um abraço. – Você é linda, digo de verdade, Chris. Tem muitos caras procurando uma garota como você então, se estiver se sentindo incompleta na situação que está, não adianta querer ficar “intocável”. É melhor voltar para o lado daquele que você não deveria ter deixado jamais.


Fiquei absorvendo as palavras quieta. Adam deu um beijo em Zoe e disse que dá próxima vez ele traria um presentinho. Me esqueci de dizer Tchau, mas Adam já tinha ido embora e agora não tinha mais volta.


Me sentei no sofá e prendi a cabeça entre as duas mãos apoiadas sobre os joelhos. Respirei fundo, liberei algumas lágrimas.


“Você é linda… Tem muitos caras procurando uma garota como você….
[...]Voltar para o lado daquele que você não deveria ter deixado jamais “.



– Vamos voltar pro hotel, meu anjo? – olhei para Zoe ao meu lado. Ela assentiu e ficou de pé pra me abraçar. Sim, ela gosta muito de abraços. Pode parecer engraçado, mas ela só aprendeu a fazer isso direito agora. Zoe é meio desengonçada as vezes.


Pedi que Cate me levasse de volta pro hotel. Ela atendeu meu pedido e encarregou Rick de fazer essa tarefa. Digo que ele é um motorista bem sonso. Eu gosto de provocar alguns garotos, quando sei que tenho poder suficiente pra isso. Rick parecia o mais vulnerável de todos aqueles que eu já tinha visto. Nossa conversa até que foi divertida quando voltamos pro hotel e não passou daquilo. Rick sempre será meu motorista bonitão e ponto. Nada além disso.


Subi até o quarto depressa. Estava exausta e nem ia ao jantar que Cate organizou com alguns produtores no centro da Califórnia. Além do mais eu queria um tempo exclusivo com Zoe, já estava com saudade de exercer aquele papel de mãe 24hs.


Tomamos banho juntas na banheira. Ela sempre em meu colo com o patinho de borracha e as vezes me ajudando a ensaboar meus braços. O toque dela era apenas mágico. Aquelas mãozinhas leves e ingênuas eu não trocava por nada no mundo.




Penteei seu cabelo depois, vesti uma roupinha mais confortável e uma fralda limpa. Ela estava tão perfumada que o quarto ficava impregnado com seu cheiro. Fiquei até com um pouco de medo dela pegar alguma alergia, mas acho que não ia acontecer. Ela ainda não tinha espirrado, nem nada.


Deitamos na enorme cama de casal. Uma coisa muito legal naquele quarto é que o colchão tinha controle remoto e este, quando ligado, fazia o colchão tremer levemente como um massageador. Confesso que eu e Zoe nos divertimos a beça com aquilo. Ela não queria parar, chorou tudo quando eu disse que só ligaria pela última vez.


Assim que ela pegou no sono, fiquei relutando para encontrar o meu. As horas passavam e passavam, mas nem um bocejo eu ainda tinha dado. Levantei pra olhar o movimento da rua pela janela, mas logo recuei pra dentro. Ainda tinha fãs lá fora, eles gritaram e quase acordaram Zoe. Rodei pela suíte, nada parecia bom o suficiente para me distrair.


Então me sentei na cama com o meu diário e a caneta na mão. As últimas páginas escritas falavam do parto de Zoe. Meu emocional ficou altamente abalado ao ler aqueles relatos e depois ver Zoe dormindo como um anjinho ali na cama. Essas foram as páginas em que eu mais falei de gravidez. Lou tinha me recomendado a fazer um diário de gestante, foi então que comecei a escrever tudo que acontecia naquela agendinha.


Mas hoje eu não ia escrever sobre algo que tenha acontecido. Simplesmente olhei para a porta e senti inspiração para escrever várias coisas relacionadas á situação que eu estava.


“ Portas. Simples, mas cheias de intenções. Elas podem nos trazer boas pessoas pra dentro de nossas vidas, assim como rapidamente podem deixá-las irem embora, ultrapassando-a…


Escrevi até onde meus dedos aguentaram. Aos poucos eu podia sentir o sono chegar, estava sendo libertador me expressar no papel.


Baby when they look up at the sky. We'll be shooting stars just passing by.
You'll be coming on with me tonight. We'll be burning up like neon lights


Peguei o celular rapidamente para não incomodar Zoe. Estava escuro, era difícil de atender já que o brilho da tela estava baixíssimo. Até achar o toque certo para atender, a música do toque já estava no refrão.


– Alô?
– Oi, desculpa se eu te acordei. – a voz rouca e sonolenta fez todos os meus sentidos aguçarem na mesma hora.
– N..Não me acordou.
– Que bom. Só queria saber como está Zoe e… Você.
– Ela está bem. Está dormindo.
– E você?
– Eu… Estou… – sentindo sua falta? – Só cansada.
– Eu imagino. Eu assisti sua entrevista.


Meu coração apertou forte no peito. Ele realmente tinha assistido?


– Pois é.
– É. – ele suspirou. Ficou um longo silêncio, mas eu não queria desligar. Eu queria ficar ali com ele, mesmo que fosse só pra escutar sua respiração. Fiquei mais aliviada em saber que ele não arrumou uma desculpa pra desligar e voltou com um novo assunto. – Quando você volta? Sabe, sinto sua falta. – ele murmurou com a voz fraca, uma lágrima grossa queria cair á qualquer momento. Funguei o nariz e me deitei na cama com o celular ainda no ouvido. Me cobri e respirei fundo.
– Eu não sei, te disse isso quando saí do apartamento.
– Christinne… Por que disso aquilo na entrevista? – ele parecia desapontado. Ele estava chorando? De verdade?
– Só não quero parecer que estou persistindo em algo que morreu.
– O que morreu pra você? Foi o amor? Porque em mim nada morreu, nem sua presença quando durmo.


Fechei os olhos e os apertei com medo de chorar.


– Nossa relação quem morreu, Harry.
– Casa comigo. – ele disse inesperadamente.
– H...Harry… O que?
– Casa comigo. – ele falava cada vez mais baixo, talvez não queria provar que estava chorando, assim como eu. – Você pode falar tudo o que quiser da nossa relação, nós já brigamos diversas vezes, eu te conheço mais do que á mim mesmo, Christinne, então... Apenas case-se comigo. Eu quero ser o seu homem, você também está louca pra se tornar a minha mulher, mas é orgulhosa demais pra admitir que esteve errada na última briga.
– Eu não quero falar sobre isso. Harry, boa noite!
– Espera!


Fechei os olhos, paciente, esperando-o falar.


– Diga! – pressionei.
– Você não me quer mais, certo? – houve um pouco de medo da sua parte em perguntar aquilo.

Relutante e sabendo que seria a resposta errada a se dizer, insisti mesmo assim.


– Não.
– Então eu quero que você me dê um motivo, mas que seja um grande motivo, Christinne! Pra que eu possa te deixar em paz pra seguir sua vida sem mim, já que é isso que você tanto quer.
– Como é que é? Um motivo?
– É isso mesmo. Me dê um bom motivo e eu te deixo em paz. Pra sempre!
– E..Eu…
– Você…? Vamos, diga!
– Ah, me deixa dormir, Harry. – suspirei derrotada.
– Eu já sabia. – só de escutar sua voz mais ativa e esperançosa, junto com aquele sorriso que eu tinha certeza que ele estava estampando agora, eu queria sorrir junto.
– Já sabe de coisa nenhuma. Boa noite, Styles.
– Sei sim. – ele continuou com aquela voz provocativa. – E sei que ainda está usando a aliança, porque assim como eu, você ainda quer estar perto de mim de alguma forma.


Olhei para o meu dedo e sim, aquela aliança estava ali. E não, eu jamais teria coragem de tirá-la.


– Não é verdade?
– Harry, posso desligar? – falei com a voz impaciente. – Eu realmente preciso dormir.
– Tá bom, então desliga. – ele disse soando desafiador. Fiquei sem atos, sem coragem. Porque ele sempre desligou primeiro e agora eu me sentiria culpada se fizesse isso antes. – Você não quer desligar, não é? – eu podia jurar que agora sim ele sorria escancaradamente. Aquele sorriso torto e desafiador que tanto me irrita. – Você não quer parar de ouvir minha voz assim tão perto do seu ouvido, você quer escutar eu me humilhar pra você mais vezes. – ele disse diminuindo seu tom, de um jeito doce e aveludado. – Você gosta quando eu digo assim, rouco e em sussurros. – ele provocou. – Aposto que já ficou molhada.


Aquilo já era covardia e demais pro meu pobre pensamento.


– Harry… – gemi seu nome.
– Diga, meu amor.
– Vá á merda! – desliguei o celular e o coloquei sobre a mesinha.




Três dias depois



Um, dois, três! – pisa na frente, dobra a perna e volta, e gira, e desfila até a ponta do palco. – Agora embaixo! – abaixo, rebolando, desloca o calcanhar, firma o peso nos pés, levanta, arqueia a coluna e mão na cintura.


Mais algumas vezes repetimos a coreografia do meio. Lola, a coreógrafa, só ficava a observar de fora do palco com seu Rayban no rosto. Eu não ia com a cara dela, porém… Sabe como é, né?


“ Ai, Christinne, tenha modos! Você nem conheceu ela direito. “ – imagine uma voz enjoada dizendo isso. Imaginou? Bem, essa é a Cate tentando colocar um pouco de juízo na minha cabeça.


– Ok, garotas. Já foi o suficiente! – Lola levantou da cadeira e fez gestos para o Dj, dizendo que parasse a música.


Like a Diva. O novo single.


Tinha uma batida boa, empolgante e uns toque sutis bem elegantes. A coreografia foi feita pela sem sal da Lola e até que ela era boa com essas coisas.


Bom, pelo menos duas coisas legais ela tinha me ensinado. Um improviso na bateria (que faz parte da coreografia) e a própria coreografia que é um arraso. Foi divertido ter aprendido algo na bateria, depois posso jogar na cara do Josh que agora sei tocar dois instrumentos. ~ risos ~.


– Christinne, tem trintas minutos para a troca de roupa! Os portões já vão se abrir pro show, precisamos de terminar de arrumar o palco e você precisa terminar de se aquecer. – Cate veio avisando apressada e elétrica como sempre.


Quando passei por ela, baguncei seu rabo de cavalo só pra provocar. Ela me lançou aquele olhar repreensivo, mas acabou rindo quando escutou minha gargalhada.


Entrei no camarim e fiz a troca de roupa rapidamente. Dava pra notar que a entrada dos fãs tinha sido liberada pela gritaria que começou lá fora. A banda que ia abrir o show já estava subindo no palco, dava tempo de eu comer alguma coisa bem light e aquecer um pouco a voz.


Toc, toc.


– Com licença. – Harry apareceu na porta segurando um buquê, com um sorriso no rosto. Meu coração disparou, mas eu não reagi por fora. Apenas fingi que estava tudo normal.
– Não. Não dou licença! – virei pro espelho e pus os brincos.
– Sinto muito, já estou aqui dentro. – vi seu reflexo no espelho parar atrás do meu. – São suas. – ele disse me entregando o buquê com seus braços quentes envolvendo minha cintura.


O encarei seriamente pelo espelho. Peguei o buquê, o joguei sobre a mesa e virei de frente pra Harry, o empurrando pra longe de mim.


– Número Um: Nada de aproximação física, senhor Styles! – ele me olhou com as sobrancelhas erguidas. – Número dois. – contei nos dedos. – Quando pedir licença e eu negar, você NÃO entra! – falei alto. – E número três…
– O número três você fica quieta e me deixa falar, porque eu estava morrendo de saudade e viajei há quilômetros de distância pra ter coragem de te dar esse beijo. – Harry levou uma mão na minha cintura, outra na nuca, e juntou nossos lábios.







Vas Happenin
*----* AAAH HARRY TOMOU ATITUDE!
O que acharam?
Malikisses, Biia.

2 comentários

  1. Aiiii que perfeitoooooooooooooooooooo...........
    Continuaaaaaaaaaa eles tem q voltartt

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  2. Maira falando:::::
    Aiiiiinnnn ficou PERFECTTTTTTT, quero que eles fiquem loooogooo ou vou ter um HEART ATTACKKKKK
    Continuaaaaaa

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