Capítulo 26

- Chris

Cate já tinha feito todas as coisas necessárias de embarque para mim e Zoe. Nosso voo já estava prestes a sair, tive que desligar todos os aparelhos eletrônicos que eu trazia na bolsa. Um por um!

A verdade é que eu nunca segui essas regrinhas ridículas de voo, mas Cate encheu minha paciência com explicações esquisitas com o por quê de termos que desligar os aparelhos durante a decolagem. Blá blá blá.

Zoe está totalmente, completamente, inteiramente agasalhada. Apareceu uma febre esquisita hoje de madrugada. Era a primeira vez que isso acontecia, simplesmente odiei o modo em como me saí de “Mãe desnaturada” na frente da Cate. Me humilhei indo bater em sua porta ás duas da manhã, sem saber o que fazer com Zoe aos berros melancólicos. Harry tinha ido embora com a banda pra Portugal, então ficamos só nós duas.

– Olha quem acordou! – falei com Zoe e ela apenas bocejou cansada. Com cuidado coloquei-a de pé em meu colo. – Melhorou, bebê? Será que a mamãe tem que te dar outro remédio?

Tão cansada e dolorida, ela amoleceu nas minhas mãos, pedindo pra deitar de novo. Hunf! Zoe não estava nada legal.

[ . . . ]

Desembarcamos em Londres á tarde. O tempo estava frio, era natural de se esperar em início de ano. Enquanto Cate tomava conta de Zoe, eu tinha que tomar conta dos últimos detalhes do casamento. Preciso fazer a última prova do vestido e saber se a decoração está em ordem, como todo o planejado.

Ainda não acredito que só faltam três dias.

Harry já não fala mais da cerimônia tanto quanto antes. Estou com medo que ele esteja dando passos pra trás, não quero ser recebida no altar com um “Não”. Se ele me abandonar agora, eu não sei o que faço da minha vida. Meu chão desmorona.

Quando entrei na catedral, alguns técnicos já estavam trabalhando na colocação dos lustres personalizados. Nem era a metade do trabalho, mas eu estava achando absolutamente lindo. Eu tinha certeza que ia ficar lindo no final. No altar de madeira do padre, já tinha sido gravado as nossas iniciais em fios dourados, altamente delicado.

Minhas mãos já tremiam só de imaginar todos os convidados me olhando entrar vestida de noiva pelo tapete vermelho.

Me sentei em um dos bancos da igreja e fitei a imagem de Cristo no alto do altar, preso na cruz de madeira. Fechei os olhos e fiz uma rápida prece. A pouca luz do Sol conseguia iluminar toda aquela imagem. Eu nunca tinha visto algo tão divino em toda a minha vida.

– Divino… – repeti com si mesma, examinando a palavra. – É isso! – sorri involuntariamente. – É exatamente isso que eu tenho que fazer. – levantei do banco e saí da igreja.

– Harry S.

– Assim está bom? – minha mãe terminou de abotoar meu terno e olhou sugestiva.

– Tô sentindo os pulsos apertados. – tentei ajeitar as mangas do blazer.

– Deixa isso comigo, meu filho. – ela tirou minha mão e mexeu na abotoadura pela milésima vez. – E agora?

– Acho que melhorou. – estiquei os braços, girei de um lado, do outro. Agora devia estar melhor. Me olhei em frente ao espelho e até que eu não estava tão ruim de terno. Na verdade… Uau! Quem era aquele cara ali mesmo? Nossa, ele tá muito gato! Meu Deus, que perdição! Ok, parei. Tô parecendo o Zayn. – Mãe? Se importa se eu fizer uma ligação rápida pra Chris?

– Harry, eu já te disse! Ela está ocupada também, esqueceu? Ou você está achando que é o único mais importante na cerimônia? Ela tem que experimentar vestido, ver a decoração, checar o buffet, terminar de…

Suspirei profundamente e ignorei os próximos comentários de mamãe. Senhorita Anne Cox pode ser muito irritante quando precisa. Eu já não aguento mais um minuto longe da Chris e ela quer que eu passe mais três dias assim. Como se eu estivesse numa ilha deserta! Não estou mais suportando essas superstições de casamento. Que negócio é esse de eu não poder falar com a minha própria noiva?! E ainda faltam TRÊS DIAS pro casamento!

– Você me ouviu, Harry?

– Sim, mãe. – revirei os olhos.

– Então por que ainda não atendeu o telefone? Estou aqui te avisando á meia hora!

Viu isso? Meia hora! Ela nem deve ter usado dez minutos pra fazer o discurso materno com 1.000 palavras por segundos. Mulheres… Por que tão implicantes?

– Alô?

– Se eu não te ligasse, você não ia me ligar, é?

– Chris?! Oi, meu amor. Desculpa, eu só… Ei, mãe!

– Oi, querida! Tudo bom? – minha mãe saiu andando com meu celular porta a fora.

– Mãe!

– Shh! – ela gesticulou pra mim. – Então, Chris. Harry não vai poder falar no celular nesses três dias. Oi? Por que eu estou em Portugal? O que? Não, mas… Não, nós não estamos em Portugal.

Droga, droga, droga! Christinne vai achar que eu menti sobre a viagem e… Não, pera! Eu menti, mas por boa causa. Quero dizer, eu disse que iria em turnê, mas na verdade voltei pra Londres por causa da prova do terno.

– Dá licença, mãe. – peguei meu telefone de volta e olhei na tela se a chamada ainda estava ativa. – Oi? Amor?

– HARRY, ONDE VOCÊ ESTÁ?

Afastei um pouco o celular do ouvido.

– Amor, eu estou fazendo a prova do terno.

– Você vai é provar meu chinelo nessa sua garganta, HAROLD!

– Chris, eu não podia te contar.

– Por que não? Você é meu noivo, NÓS vamos nos casar. Por que eu não deveria saber que você ia experimentar o terno? Você sabia que Zoe está doente? Ah, não sabia, né? E eu aqui achando que você estava em PORTUGAL!

Expirei, inspirei e tomei forças. Se eu não ficasse surdo depois dessa ligação, eu começaria a acreditar em milagres.

– Zoe está doente?

– Febre de 38.

– Por que você não me ligou antes?

– E você atendia esse bendito celular? – ela disse arrogante.

– Tudo bem, amor. Desculpa. – suspirei. Christinne só podia estar na TPM. Ela é um saco nesses dias. Mesmo sabendo que eu não faria isso, eu sinto vontade de deixá-la trancada durante todo esse período dentro de um quarto e só soltá-la no fim da crise. 
– Foi pedido da minha mãe. Ela disse que seria melhor se ficássemos sem nos falar até o dia do casamento. Superstições, essas coisas… Sinto muito. Muito mesmo. Se eu soubesse, teria ido direto pra aí.

– Tá… E...Eu…Aff, esquece! Eu fui grossa, desculpa. Só estava desesperada. Eu fiquei sozinha com ela.

– Eu sei, eu entendo.

– Desculpa mesmo. – ela suspirou pesadamente do outro lado. – Ai, Harry. Eu queria muito saber.

– O que?

– Como você me atura, hein?

Eu ri. Na verdade, também não sei. Mentira! Ela não é tão chata. Opa, mentira de novo.

– Eu te amo, bebê. Por isso. – sorri involuntariamente.

– Também te amo.

– Mais tarde eu ligo pra falar com a Zoe.

– Tudo bem.

– Você já experimentou o vestido?

– Sim. – eu podia jurar que ela está sorrindo automaticamente. Eu ficava ainda mais nervoso imaginando Christinne de noiva.

– E… Ficou bom?

– Ficou perfeito. – ela respondeu tão convicta que eu poderia sentir o peso da responsabilidade mais forte.

– Que ótimo! Então, só falta que… Você entre na igreja com a marcha nupcial.

– Na verdade… Ahn… Era mais ou menos isso que eu queria conversar com você. O motivo de eu ter ligado.

– Hm. Ok. O que foi dessa vez?

– Eu pedi que tirassem a marcha nupcial.

– Hã?

– Eu decidi algo diferente.

– Mas Christinne, pelo amor de Deus! Tirar a marcha nupcial de um casamento é como tirar o ‘’Parabéns pra você’’’ de uma festa de criança. Não tem graça! Não tem sentido!

– Calma, não vai ter problema. Terá outra música. Eu escolhi Hallelujah.

– Hallelujah?

– Eu quero que nossa cerimônia seja completamente abençoada.

– A música é linda, foi uma boa escolha.

– Ótimo. Então nos vemos em três dias!

– Não se atrase pra cerimônia. Sei que é muito tradicional, mas eu não sei se meu coração vai aguentar esse suspense. Por favor, tá?

– Vou ver o que posso fazer por você, príncipe. Tchau, beijo! – ela desligou e me deixou como um idiota na linha.

– Harry, seus sapatos acabaram de chegar. Vem experimentar, querido!

– Já vou, mãe.

[ . . . ]

– Chris

Mais um show feito, mais um dever cumprido. Ainda dava pra escutar nitidamente a histeria dos fãs do backstage. A Cher tinha vindo no show de hoje, fiquei super feliz em vê-la. Disseram que ela já foi embora, tinha outros compromissos. Foi uma pena porque eu pretendia chamá-la até o camarim para conversamos e comermos alguma coisa. Nunca tivemos mais que dez minutos de conversa, mas Cher é uma pessoa mega divertida.

– Hey, pequena! Como você está agora? – andei em direção á Zoe.

Ela me viu, abriu aquele sorrisinho sapeca e correu pelo backstage.

– Zoe! Zoe, vem aqui! – Ri enquanto acelerava os passos para alcançá-la. Zoe era tão leve que eu podia pegá-la com apenas uma mão. – Sua safadinha. Estava achando que ia aonde?

Zoe apenas ficou gargalhando daquele jeito maravilhoso enquanto eu a levava de volta pro camarim. Harry tem toda razão quando diz que nossas gargalhadas são assustadoramente parecidas.

– Carroooooot! – Louis entrou de braços abertos no camarim. Deixei Zoe sentada no sofá e fui abraçá-lo. – Você foi perfeita hoje. Mais uma vez.

– Já pode parar de puxar saco, Boo. O que você quer, hein?

– Não posso mais elogiar? Que povo preconceituoso.

– Uhum, sei…

– Também quero abraço! – Zayn fez biquinho.

– Vem cá, bom topete.

– Não gostei desse apelido. Exclui!

– Tá bom, tá bom. – o abracei. – Engraçado que vocês estão aqui e não em Portugal. – falei fitando os dois.

– Droga, Zayn! Esquecemos daquele negócio do Harry. – Louis murmurou pro Zayn, que ficou sem reação com meu comentário.

– Vocês são tão burrinhos… Meu Deus! – gargalhei. – Nem sabem mentir! Agora nem precisa mais esconder nada. Já descobri que o Harry também está aqui em Londres, experimentando o terno.

– Como?! – Louis me olhou chocado.

– Simplesmente liguei pra ele e a Anne quem atendeu o celular.

– Burro foi o Styles! – Zayn falou.

– Hey Chris! – Niall entrou logo em seguida de boné e óculos escuro.

– Pensei que você não tivesse vindo, Nini. – o abracei.
– Eu só estava esperando a Tareene terminar de conversar com umas amigas dela ali fora. – assim que terminou de explicar, a própria entrou com um sorriso no camarim.

Engraçado porque, meu sorriso tinha se desmanchado na mesma hora. Eu não estava acreditando que ela podia ser tão cara de pau.

– Seu show foi incrível, Chris! – ela disse animada.

– Melhor do que o seu?

– Hã? – ela me olhou desentendida.

– Eu perguntei: Melhor do que o seu? – repeti de deboche.

– Que show? – Niall ficou confuso.

– Não sabia? Tareene é uma ótima dançarina! – sorri, mas Tareene pareceu mega nervosa e desconfortável. Eu poderia apostar que com mais dois minutos ao meu lado jogando veneno, ela iria começar a chorar.

– Desde quando Tareene dança? – Louis olhou de cima a baixo para a menina.

– E...Eu – ela tentou dizer algo, mas fui totalmente reta no assunto.

– Desde quando eu não sei, mas dizem que ela é a melhor stripper de N.Y. – falei. – Sabe, eu acho muito difícil fazer striptease e tudo mais. Tenho que parabenizar quem consegue ser tão sensual. –  disse totalmente irônica.

– Wow! – Zayn ia rir, mas tapou a boca e deu meia volta pra fora do camarim.

– Stripper?! – Louis estava tão boquiaberto quanto Niall.

O silêncio e nervosismo de Tareene já deixava os fatos bem claros.

– Tareene… – Niall fechou os olhos e respirou fundo. – Só me responda se isso é alguma brincadeira.

– Niall, e...eu

– Tareene, como você… Como… – Niall balançou a cabeça e a olhou incrédulo. – Isso é verdade?

– Chris, por que fez isso? – ela me olhou lacrimejando.

Ok, fiquei com pena? Sério isso? Eu, Christinne Belmore, fiquei com pena da garota que mentiu e iludiu meu maninho Horan esses meses todos? Preciso de um tratamento.

– Mas eu só disse a verdade. Por que? Niall não sabia? Me desculpe! É que quando eu fiquei sabendo que você ia dançar na festa de despedida do Harry, eu achei que todos soubessem, ué. – envenenei ainda mais.

– Você era a dançarina da festa do Harry?! – Louis deu um passo pra trás, abismado. – Você era a Sabrina?

– Na verdade, eles cancelaram minha apresentação na festa do Harry. Disseram que tinham encontrado outra. – ela disse envergonhada.

– Eu não acredito. – Niall deu a volta pelo camarim, tentando processar todas as informações.

– Para tudo! – Zayn arregalou os olhos. – Então quem era aquela dançarina na festa?

– Eu.

– O QUE?! – todos olharam chocados em minha direção.

Vas happenin???

Eu sei que dessa vez demorei muuuuuito, mas não foi falta de criatividade.

Eu viajei nesse último final de semana e fiquei quatro dias longe de casa.

Quase não dava pra entrar na Internet onde eu estava e eu também mal tinha tempo de escrever.

Mas tantos acontecimentos me trouxeram só mais inspiração, então daqui pra frente é bastante foco na Fanfic, que… Por acaso, está se aproximando da reta final.

Eu ainda não sei qual será o último capítulo, mas assim que tudo estiver planejado direitinho, eu irei avisar.

O que acharam desse capítulo?

Altas revelações. HAUAHAU  :3

Malikisses, Biia.