Capítulo 1





Atravessei a portaria e entrei direto no elevador. Entrar no elevador com o carrinho de Zoe, era um desafio para profissionais e não é que com o tempo, eu virei uma? Apertei o botão do quinto andar e de imediato a cabine se impulsionou pra cima, nos levando ao apartamento.

– Tira isso da boca, Zoe! – ordenei pela quarta vez. Ela resmungou alguma coisa incompreensível e desobedeceu minha ordem. – Eu disse: Tira.Isso.Da.Boca! – repeti tomando a alça da bolsa do carrinho, fazendo-a chorar.

Suspirei cansada e tirei-a do carrinho direto pro meu colo. As portas se abriram e eu empurrei o carrinho para fora.

– Chega Zoe! Para de chorar! Você sabe que não pode mastigar qualquer coisa. Toma! – coloquei a chupeta em sua boca e o choro sumiu num passe de mágica.

Os mimos são ótimos. Bebês adoram! Principalmente se esse mimo for chupeta. Infelizmente vou ter que cortar isso daqui há alguns meses ou virará um vício infernal.

Apanhei a chave e girei-a na fechadura. Empurrei a porta até o canto e empurrei o carrinho para dentro, entrando logo em seguida. Estava tudo escuro, já eram sete da noite. Eu e Zoe tivemos um dia cheio, fomos há muitos lugares.

Acendi a luz e...

– SURPRESA!
– O quê? – recuei assustada.

Bolas coloridas, bolo, chapéu de cone, língua de sogra... Ah, não! Eu não acredito que eles fizeram festa surpresa.

– Parabéns, Chrisseeeee! – Louis me abraçou forte, espremendo Zoe entre nosso abraço.
– Ah, eu não acredito! Não acredito mesmo! – falei incrédula. Harry riu e me abraçou.
– Feliz Aniversário, amor. – Harry sussurrou em meu ouvido e juntou nossos lábios, sem pressa para separá-los.
– Obrigada, amor, mas...
– Hey! Não vai querer abrir os presentes? – Niall sacudiu um embrulho rosa nas mãos.
– Vem, vamos abrir os presentes! Depois você reclama, ok? – Harry me puxou pela mão até o centro da sala.

Deixei Zoe sentada no sofá, em meios as outras almofadas para que não houvesse risco dela querer sair dali e cair no chão. Niall me entregou seu presente e eu o agradeci antes de abrir. Era um porta retrato com a nossa foto em Bahamas. Aquela viagem foi divertida, foi bom ele ter lembrado isso. Louis me deu um Scarpin que, segundo ele, tinha sido recomendado pela Els. Ela sabe que eu amo sapatos! Liam me deu uma blusa, muito engraçada por sinal. "Fuck, Bitch!" E Zayn me deu um Kit maquiagem da Channel. Eu quase o matei, mas preferi só agradecer porque ele me faria falta depois.

Os meninos tinham comprado petiscos e bebidas pra ficarmos a noite inteira "comemorando", então tive que colocar Zoe pra dormir. A social foi acabar apenas quando o relógio marcou uma da manhã. Os meninos tinham que ir embora, tinham um compromisso cedo, então combinaram de almoçarmos todos juntos depois do tal compromisso. Assim que foram embora, eu e Harry juntamos os copos e pratinhos sujos na sala e os levamos até a cozinha. Eu poderia ter brigado com ele, dito que estava cansada, que essa festa surpresa só me trouxe mais trabalho, mas eu estava feliz por ele ter feito isso por mim. Mesmo eu tendo o avisado a semana inteira que não queria festa, bolo ou qualquer outra coisa comemorativa. Estive meio depressiva com a chegada dos vinte anos.

– Gostou da surpresa? – Harry perguntou enquanto lavava os pratos.
– Eu amei, Haz. Obrigada! – me inclinei para seu lado e beijei sua bochecha.
– Vinte anos é importante. Não pode passar em branco.
– Ele não deveria nem ter chego.
– São vinte anos! Qual o problema?
– Eu sei lá! – suspirei. – Eu me sinto velha, cansada.

Harry sorriu de canto e fechou a torneira para secar as mãos.

– Eu não sei onde você está enxergando velhice aí, mas se quiser, eu posso te provar que a sua juventude só está começando. – sorriu malicioso.
– Eu sei que você pode provar. – sorri de volta. Harry me prendeu entre a pia e seu corpo, beijando-me lentamente, me matando por dentro de tanta vontade. – Aqui não. – o empurrei para trás. – Vamos terminar de guardar a louça, a hora tá passando rápido.
– Espera. – murmurou descendo os lábios até meu pescoço, me deixando uma mordida ardente. Minhas pernas tremeram e apertei a lateral da sua camisa procurando reforço.
– Harry... – supliquei sem forças.

Suas mãos me pegaram forte pelas pernas e me puseram sentada na bancada. Harry tirou minha camisa e a jogou no chão, tirando a sua em seguida. Olhei-o de cima a baixo, me segurando pra não morder os lábios com aquele abdômen tatuado.  Ele se colocou entre minhas pernas e minhas mãos subiram até seus bíceps, os apertando a cada chupão que ele deixava em minha pele.

– Para Harry! Chega! – o empurrei para trás e ele me olhou inconformado. Desci da bancada e vesti minha blusa. – Eu já disse p-pra terminamos de g-guardar a louça.

Harry ficou me olhando com um sorrisinho safado ao me ver tão nervosa. Meu coração estava quase estourando de tão rápido. Se Harry chegasse perto novamente, poderia ouvi-lo.

– Tudo bem. Vamos guardar a louça. – disse cínico. – Apenas guardar a louça.
– É. Apenas isso! – respondi alto, mas eu precisava repetir isso mais pra mim do que á Harry.


[...]

Terminei o banho e fechei a porta do box. Meus pés se esforçavam pra me levar até o quarto, minha disposição estava falida. Harry estava terminando de vestir uma calça pra dormir, a janela estava aberta e o movimento da rua estava começando a ficar audível dentro do quarto.

– Harry, seja sincero comigo.

Ele se virou e me olhou confuso.

– Eu estou engordando? – coloquei a mão na cintura. Já podia sentir novas dobrinhas acumuladas naquela região.
– É claro que não!

Não foi o suficiente! Andei até o espelho e me olhei da cabeça aos pés, vestida apenas com a lingerie. Através do espelho vi Harry ir se deitar na cama e se cobrir com o edredom. Puxei o cabelo para o lado e me analisei mais um pouco. Tinha algo diferente, eu estava engordando sim, mas Harry não iria admitir isso nunca. Ele sabe que eu vou ficar mal, então não vai querer ser o culpado da minha depressão.

– Vem cá, meu docinho. – ele me chamou com aquele sorriso. O sorriso!

Vesti minha blusa do pijama e deitei ao seu lado, trançando minhas pernas as suas para me aquecer rapidamente. Harry desligou o abajur e abraçou minha cintura ao dar um selinho de boa noite.

– Harry? – sussurrei.
– Hm?
– Desculpa por aquele negócio da cozinha.
– Que negóc... AH, TÁ!

Ficamos em silêncio. Eu estava me sentindo mal por te interrompido tudo e ele lá, com tanta vontade. Estávamos um tempo sem se ver, a saudade ainda está nos consumindo, mesmo estando juntos.

– Eu quero. – sussurrei com a voz um pouco trêmula. Se eu o conheço bem, agora está de olhos abertos, querendo crer no que eu disse.
– Você quer?
– Muito.

No mesmo instante sua mão apertou minha cintura, de um jeito doloroso.

– Mas não quero que Zoe acorde. – falei antes de ser sufocada com um beijo urgente.



* Dia seguinte *

 – Harry S.

– Para Zoe! – pedi quase sem ar, rindo com as poucas forças que me restavam. Chris tinha deixado Zoe na cama e a espertinha tinha subido em cima de mim pra morder minha orelha. – Zoe! Pera! – tentei tirá-la de cima, mas ela tinha agarrado as duas mãos na gola da minha camisa. – Chris! Chris! – gritei em meio aos risos.
– Que escândalo é esse, Harry? – ela apareceu da porta. – Harry! Eu não pedi pra você dar banho em Zoe?
– Ela tá mordendo a minha orelha!

Christinne riu e a tirou de cima de mim.

– Já começou a aprontar, é, garota? – Chris falava sorrindo com ela enquanto beliscava de leve sua barriga. Zoe ria de ficar vermelha. Eu adoro a risada dela, eu nunca consigo ficar sério quando a escuto. É o mesmo que acontece com Christinne. As duas têm uma risada imbatível. – Harry, levanta logo dessa cama! O café já está na mesa. – ela disse enquanto saia do quarto com Zoe no colo.

Vesti a camisa e levantei da cama. O celular já estava começando a tocar em cima da mesinha, era uma mensagem de Louis perguntando se podia buscar Zoe para passear. Eu responderia depois. Bem depois. Hoje eu queria passar o maior tempo possível com ela, recuperando todos os meses que estive em turnê.

– Bom dia, Hollie! – adentrei a cozinha.
– Bon Jour, Harry! – Hollie respondeu sorrindo.
– Acordou francesa hoje? – perguntei me sentando á mesa ao lado da Chris.
– Só acordei inspirada!
– Ah, sim! Muito inspirada! As panquecas estão uma delícia! – Chris respondeu terminando de mastigar uma das panquecas em seu prato.
– E você, Zozo? Pena que ainda não pode comer panquecas, não é mesmo? – segurei sua mãozinha e ela bateu as perninhas empolgada. – Quando será que ela vai falar, hein? – perguntei frustrado.
– Logo, Harry. Relaxa. – Christinne dizia calma.
– Eu não aguento mais esperar! 
– Tudo tem seu tempo, Haz. A Zoe só tem oito meses.

Suspirei e a olhei novamente.

– Zoe! – chamei e ela me olhou atenta. – Fala: papai!

Ela continuou me olhando normalmente, sem mover um músculo.

– Eu sei que você consegue. Vamos! Apenas papai. Diga!
– Deixa ela, Harry! Ela não quer falar, deixa.
– Não, pera! Deve ser a chupeta.
– Não tira a chup...

Tirei a chupeta e ela me olhou com um biquinho triste. As lágrimas começaram a escorrer e ela já começava a berrar desesperadamente.

– Caramba, hein? Eu disse pra não tirar! – Christinne falou irritada. – Toma, Zô! – ela recolou a chupeta em sua boca e Zoe voltou a nos olhar normalmente, como se nada tivesse acontecido.

Mentira seria dizer que eu não fiquei chocado com aquela cena. A minha filha, minha princesinha, é uma chantagista?! Mas que bruxaria foi aquela com a chupeta?

– O que você fez? – olhei chocado para Christinne.
– O que? – ela me olhou desinteressada, comendo as panquecas.
– Essa coisa com a chupeta!

Christinne riu e balançou a cabeça.

– Você não entende mesmo o universo infantil, né?
– Essa parte eu não conhecia.
– Zoe ama chupeta! É simples.
– Mas isso vicia, você não pode usar a chupeta pra resolver tudo. Tira isso, filha. Mocinhas não chupam chupeta. – tirei a chupeta e Zoe me encarou aflita, já preparando o biquinho para o choro.
– Ela é uma mocinha, mas só tem oito meses, Harry! Devolve isso.
– Ela precisa parar com esse vício enquanto é cedo.
– Não é vício!
– Claro que é! Toda hora eu vejo essa menina com chupeta. Por hoje, chega, Chris! Só na hora de dormir!
– O quê?! – Chris me olhou incrédula. – Só na hora de dormir? Tá louco?
– Já está resolvido! Só na hora de dormir!
– Não liga pra ele, Zozo. Vem cá com a mamãe. – Chris a tirou da cadeirinha e colocou em seu colo. Zoe roubou uma panqueca e mergulhou no copo de suco. Christinne ficou paralisada, tentando assimilar o que ela tinha feito com a sua panqueca dos Deuses. Não aguentei segurar o riso por muito tempo e Zoe ficou agitada, não sei se ria de mim, só sei que estávamos nos divertindo com a cara de Christinne.
– Vocês vão ter que fazer outra panqueca pra mim!






Beeeem Vindas á Quarta temporada!
Divirtam-se, Babys!
Malikisses, Biia.









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