Capítulo 6





– Chris


Já eram seis da tarde, tinha acabado de sair do apê dos meninos. Niall estava desesperado por uma ajuda feminina, ele tem um encontro na sexta, espero que tudo dê certo para o blondie. Peguei o carro na vaga de visitantes do prédio e avancei no sentindo norte. Olhei rapidamente para o céu enquanto dirigia, as nuvens estavam acizentadas. Espero que Harry esteja dando conta da Zoe, não quero outro galo na cabeça da coitadinha.


Cinco minutos depois, estacionei no estacionamento do prédio. Travei as portas e subi com algumas sacolas do Horti fruti que eu havia passado na volta. Abri a porta da sala e encontrei Harry espatifado no sofá com uma garrafa de cerveja e baldinho de pipoca, assistindo Barcelona versus Bayern de Munique. Zoe estava sentada no andador, no centro da sala, gritando com os ursinhos de pelúcia.


– E aí? Como foi lá com o Niall? – ele perguntou assim que escutou minhas chaves serem deixadas em cima da mesa.
– Acho que ele vai se dar bem dessa vez.
– Puta que pariu! É falta! – ele gritou esperançoso olhando a tevê.
– Harry, mais baixo! A Zoe!
– Tá, tá.


Revirei os olhos e andei até a cozinha. Hollie estava terminando de encerar o chão, sua bolsa já estava arrumada em cima do balcão. Seu expediente já tinha terminado á meia hora. Conversamos alguns minutos enquanto eu lavava as verduras na pia e ela encerava o piso, logo depois o assunto encerrou e ela se despediu com um “até amanhã”. Olhei para a cozinha caprichada na limpeza e me recusei a preparar o jantar essa noite. Estava dando pena de deixar uma poeirinha cair naquele cômodo.


Enquanto voltava pra sala, já podia escutar o jogo sendo narrado no último volume. Até o apito do juíz no campo era audível, Harry estava empolgado com a partida.


– Harry, mais uma vez. Abaixa esse volume. A Zoe! Quer deixar ela surda?
– Pera aê! – respondeu inconsciente do mundo aqui fora, mal me olhou enquanto estava falando.
– Aff! Vem Zoe! – me aproximei e tirei-a do andador. Harry mal tinha percebido que eu tinha ido para o quarto com ela, imagine se a casa estivesse pegando fogo?


Coloquei-a sentada em minha cama, junto com seus ursinhos de pelúcia, enquanto me acomodava na escrivaninha para trabalhar na coreografia, cenário e demais outras coisas para a direção de um novo videoclipe do The Wanted. Eu e uma equipe estamos trabalhando duro nessa primeira grande produção da empresa. Vai ser a primeira vez que a auxílio na direção de um videoclipe, vai ser incrível! Mas preciso de foco, concentração, e com Harry assistindo a porcaria desse jogo como se estivesse no cinema, fica meio impossível. Não sei como os vizinhos ainda não vieram reclamar do barulho, eles reclamam de tudo. Até mesmo quando Zoe acorda chorando eles já querem dar alfinetadas na reunião de condomínio.


Larguei caneta, bloco, notebook e desci até o penúltimo degrau da escadaria.


– Harry, abaixa essa porra agora! Eu quero trabalhar, será que tenho o direito? – escandalizei.
– Já está acabando. Espera!
- Espera o cacete! Eu disse agora! Você pode ver isso depois no Youtube ou em qualquer outro lugar, mas meu trabalho não espera pra depois. Harry, está me escutando?
– O jogo já está acabando!
– Eu não perguntei se estava acabando, eu mandei abaixar!


Harry pegou o controle e desligou a tevê, pegando seu casaco largado no braço do sofá juntamente com a chave do carro e celular.


– Vai aonde? – o observei andar até a porta.
– Assistir o jogo em “qualquer outro lugar”. – respondeu batendo a porta em seguida.


Suspirei e subi as escadas novamente até o quarto. Cheguei da porta e vi Zoe apagada em meu travesseiro. Cocei a cabeça, respirei fundo e movi meus pés até a ponta da cama. Puxei-a até mim e carreguei-a no colo até o seu quarto. As cortinas rosa bloqueavam a iluminação lá de fora, o ambiente estava semi-escuro, deixei apenas o abajur das princesas aceso, só assim ela consegue dormir. Beijei sua testa e saí deixando a porta apenas encostada.


Voltando ao quarto, desliguei o notebook e organizei as planilhas de volta nas pastas. Já estava sem cabeça pra trabalhar em alguma coisa. Me deitei na cama e assim que mencionei a mão até o abajur, encontrei o porta retrato com uma foto entre eu e Harry no backstage de um dos seus shows. Propositalmente vestia um moletom escrito “Keep Calm and Smile like Harry Styles”, sorrindo largamente com a cabeça deitada em seu ombro. Ainda tínhamos alguns meses de namoro, não imaginava que um dia, completaria um ano ao seu lado. Agora completaremos quase quatro.


Peguei o celular e disquei seu número. Chamava incansavelmente, mas ele não atendia. Suspirei frustrada e tentei mais vezes,mas mesmo assim continuava caindo na caixa de mensagens. Levantei da cama e vaguei pelo quarto enquanto continuava insistindo em escutar sua voz do outro lado da linha.



XX


– Harry S.


Meu celular finalmente parou de vibrar e a tela mostrou 57 chamadas perdidas de Christinne.


– É melhor voltar pra casa, dude. – Louis aconselhou sério dessa vez.
– Eu não quero ir agora, não quero brigar novamente.
– Não precisa brigar, vocês se gostam tanto...
– Mas ela está me pressionando cada vez mais. Um dia é por causa da Zoe, no outro é a tevê, e depois é TPM... – suspirei cansado e esfreguei as mãos na cabeça. – Eu estou começando a me sentir num poço fundo, sufocado.
– É normal, dude, ela é mãe! Pensa um pouco nos hormônios daquela garota como não estão? Ela é mais frágil, se esqueceu? Era pra você estar do lado dela e não ao meu.


As flechas da sinceridade me acertaram como um raio. Já é a segunda vez que algo, me diz indiretamente, que estou sendo um fraco. As vezes não pareço bom o bastante pra nova vida que divido com Christinne. Estou surtando sem fortes motivos, estou confuso, maluco...


– Vai pra casa?
– Vou né, Louis. Você está me expulsando.
– Não cara, só estou querendo abrir seus olhos. Nada é tão fácil como parece nessa vida, mas basta você saber como quer lidar com todas essas coisas.
– Eu sei, obrigado, Boo. Vou me lembrar disso. – fechei o punho e tocamos de leve, como de costume. Fui embora e peguei o carro no estacionamento.


Girei a chave na ignição e ao mesmo meu celular tocou. Já sabia de quem se tratava, atendi sem dar valor em olhar a tela.


– O que foi, Christinne?
– Haz, onde você está? Estou preocupada com você. – disse com a voz de choro.
– Já estou chegando em casa.
– Onde você estava?
– Quando eu chegar a gente conversa.


Desliguei a chamada e acelerei pra fora do prédio. A rua estava vazia, tinha o privilégio de passar do 100km/h até chegar em casa.


Minha mente estava vagando pra longe do planeta Terra, me sentia esgotado. Amo tudo o que tenho, tudo o que conquistei, mas parece que nada está acontecendo da maneira que eu gostaria e isso está começando a me fracassar.


Bati a porta do carro e andei até o elevador. Apertei o cinco no painel da cabine, a pressão me puxou para cima e logo já estava no corredor do nosso apartamento. Abri a porta e encontrei Christinne de costas para a entrada, de pé em frente a janela do apartamento, olhando a London Eye ao fundo.


Passei as mãos no rosto e respirei fundo. Não, eu não deveria ter tratado-a daquela maneira. Sou um estúpido! Fechei a porta e ela olhou para trás, um tanto assustada.


– Onde estava?
– No Louis.
– Não poderia ter avisado? Sabe que horas são?
– Você viu como você me tratou há algumas horas atrás? Parecia a dona expulsando o cachorrinho de casa. Christinne, nós nunca nos tratamos assim, o que está havendo?


E então ela começou a chorar.


– Olha, eu não gosto de ser rude com você. Nem um pouco, mas... As vezes... Eu... – suspirei e puxei-a em meus braços. Encostei meu queixo no topo da sua cabeça e fechei os olhos enquanto sentia suas mãos me apertando no abraço. – Temos que parar com essa coisa de brigar o tempo inteiro, não éramos assim.
– Eu sei, a culpa é minha.
– Não existe culpa, só existe estresse e você precisa se livrar dele. Por que não se abre comigo, não diz o que tanto te sufoca? Eu sei que esse estresse todo não é só da TPM.


Christinne me desabraçou  e secou as poucas lágrimas. Seus olhos tinham ficado vermelhos rapidamente e eu odeio vê-la chorando, principalmente se eu estiver envolvido em sua angústia.


– É só o trabalho e as responsabilidades com Zoe, mas eu tento estar forte.
– Estamos criando ela juntos, o que há de errado? Não precisa ficar tensa com isso. Eu posso ter lá as minhas falhas, mas... Ninguém é tão perfeito, né? – ela riu e me abraçou novamente, dessa vez mais breve, e colou nossas bocas. Mordi seu lábio inferior e trouxe suas pernas até a minha cintura. Consegui subir as escadas entre os beijos e deitei-a na cama assim que alcançamos o quarto. Tirei a camisa e me aproximei novamente.



XX


SEXTA FEIRA – 22:00 P.M


– Niall H.



Olhei o relógio novamente, já eram dez horas. Espiei o lado esquerdo da rua mais uma vez e nenhum sinal dela. Meu coração já estava uma pilha de nervos com tanta espera. Me controlei para não ligar, ainda estava cedo demais para isso, ela nem estava atrasada. Eu é quem estava ansioso demais.


– Nialler!


Escutei sua voz soar próximo e antes de mim. Me virei e sorri ao encontrar aquele belo par de olhos azuis. Tareene estava incrível! Não pude deixar de reparar no colar de estrela que estava empressado entre o vale dos seus seios. O decote do vestido era comportado, mas tinha uma bela visão.


– Oi Tarenee. Nossa! Você está linda. – nos abraçamos amigavelmente.
– Obrigada, você também está invejável. – disse sorrindo.
– Meu carro está estacionado na outra esquina. Se importa de andar mais um pouco?
– Não, gosto de caminhar. – respondeu me acompanhando do lado.
– Faz caminhadas?
– Infelizmente não. Não tenho tempo e agora com a faculdade, então... Você já deve saber.
– É, eu também não tenho tempo.


Ela gargalhou espontânea e bateu em meu braço.


– É óbvio que não! – se recuperou dos risos. – Imagine o tumulto de garotas que não fariam caminhada só pra te seguir?
– Eu estaria colaborando com a taxa de obesidade na adolescência.
– Pois é... – riu. – Você é engraçado.
– Só estou tentando te impressionar.
– Oh, sério? Então se é assim, terei que ser mais rígida com você. – disse com um sorriso brincalhão.
– As difíceis também são divertidas, não há saída.
– Sendo assim...


De repente ela se colocou em minha frente e interrompeu meus passos com um beijo. Um beijo simples, apenas um selinho breve, bem divertido. Ela ria como uma criancinha feliz e tinha ficado tão vermelha quanto eu.


– Também sou humorada, viu?
– É... – respondi ainda não acreditando. Estávamos na rua, na calçada dizer melhor, tinha pessoas nos olhando. – Você é mais louca do que eu imaginava.
– É um elogio?
– Um big elogio! – ri. – Tenho curiosidade pra saber o fim dessa noite.
– Talvez você acorde na minha cama...
– Sério?
– Claro que não! – riu batendo a bolsa em meu braço. – Eu disse que era bem humorada, esqueceu?
– Oh, claro. Tenho que me lembrar disso mais tarde.


Abri a porta do carona e Tarenee adentrou com um sorriso agradecido. Entrei do outro lado e dei a partida para longe do centro. Abri as janelas até a metade, deixando o vento entrar e espalhar nossos perfumes, gosto da sensação de vento no rosto. Tarenee estava relaxada no banco, sua mão estava encostada na beira da janela, desenhando ondas invisíveis no meio da ventania que fazia lá fora.


Tinha a obrigação de dirigir, mas queria parar tudo e ficar apenas olhando pra ela. Até o fim da noite! Minha mente ainda processa o selinho roubado, uma brincadeira inocente, mas cheia de significados pra mim. Essa garota precisa ser minha, não importa quantas dores eu sinta, parece que agora é real.
















Vas Happenin?
Esse capítulo não foi o meu preferido da temporada, mas eu tentei dar meu melhor.
Eu disse que vocês iriam descobrir um pouco mais da Tarenee nesse capítulo, mas eu achei melhor vocês irem conhecendo-a aos poucos.
O que acharam do cap.?
Malikisses, Biia.









4 comentários

  1. Eu gosteiii Biia! Tipo eu e Cecília estamos no memso lugar lendo o capítulo hahaha e vamos fazer uma campanha:
    Zoe fale mamãe ;)
    Continua....malikisses

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  2. Oiiiii sua fic tá perfeiaaaaaa
    #campanhazoefalamamae
    Cecília, malikisses

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    1. eu escrevi no teclado do celular da minha amiga ai eu não estou acostumada, desculpa era pra ser perfeitaaaaaaaaaaa
      continuaaaaaaa... Cecília

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