Capítulo 4







– Há, você não me pega! – Jéssica correu pela areia macia, saltitando alegre, como se fosse sua primeira vez na praia.
– Se eu levantar daqui, juro que te pego! – ameacei por trás da câmera.
– Então venha, Christinne banana! Você não é de nada, lálálá! – Jéssica me mostrou a língua, com uma careta engraçada.

A câmera tremeu e ficou inclinada entre a areia esbranquiçada, filmando meus pés correndo em direção á Jéssica, que apareceu ao longe rindo enquanto fugia para dentro do mar. Deu duas braçadas excelentes para uma garota de 11 anos e debochou da minha incapacidade física pra pular as ondas.

O vídeo ficou mostrando uma boa parte de nós duas se divertindo, ao longe, dentro do mar. Depois, um par de pé feminino aparece em frente a câmera e nos chama para sair da água. Era minha tia.

– Chris! Jéssica! Saiam já dá aí! Eu disse pra não entrar, não disse? – ela esbravejou.

Voltamos correndo, ajeitando os biquines e prendendo o cabelo. Jéssica estava com os braços encolhidos, tentando proteger-se do vento gelado, mas eu não aparentava os mesmos sintomas.

– Vamos ver como ficou! – eu disse pegando a câmera do chão. Meu rosto apareceu de meia-lua e em seguida, tentei filmar uma parte da praia, enquanto Jéssica pulava na frente da lente, louca para se aparecer.
– Para, Jéssica! – coloquei a mão por cima de sua cabeça, tentando impedi-la de pular.
– Blargh! Christinne irritante! – ela disse dando língua e sorrindo em seguida.
– Você é ótima sendo chata, sabia? Qual o seu sonho? Ser “A palhaça irritante do Cirque du Soleil”? – debochei.
– Não! O meu sonho é ser cantora! – a câmera desceu até seu rosto. Jéssica sorria com todos os dentes, linda, uma princesa! – Eu vou viajar pelo mundo todo, com roupas lindíssimas de grife, você vai ver! Por onde eu passar, eu ouvirei meu nome ser gritado por um exército de fãs histéricas. – contou convencida. – E vou fazer muitos filmes também! Bem melhor que a Angelina Jolie! O Brad vai ficar doidinho por mim. – mordeu os lábios e a minha gargalhada ecoou extremamente próxima da câmera, atingindo os microfones. – Eu serei uma estrela! Inesquecível!

Pausa!

O rosto sorridente de Jéssica ficou congelado na Tevê. Permiti uma lágrima escorregar dos olhos e rebobinei o vídeo.

[...] O Brad vai ficar doidinho por mim. Eu serei uma estrela! Inesquecível!

Pausa!

Irônico como a vida a tornou, realmente, numa estrela. Inesquecível!

Tirei o Dvd e o guardei em uma caixa separada. Levantei do tapete da sala e me surpreendi ao encontrar Harry me olhando de trás do sofá. Sua expressão não dizia quase nada, apenas um pouco de compaixão. Passei a manga do casaco pelos olhos e olhei para outro canto, que não me dirigisse á ele.

– Era a Jéssica? – escutei seus passos chegarem perto. Ele parou a uma pouca distância e senti seus olhos me observando intensamente. Balancei a cabeça, confirmando, e escutei seu suspiro tenso. Suas mãos me tomaram a caixa e em seguida me abraçaram forte. Deitei a cabeça em seu ombro e despejei cada lágrima que eu havia segurado durante o vídeo. – Olha pra mim. Eu não quero mais te ver desse jeito, está me afetando também. – limpou as lágrimas que caiam sobre minha bochecha. – Ela está muito orgulhosa de você onde quer que esteja, então não fique se entristecendo dessa maneira. Seja feliz por ela.

Permaneci escutando atentamente cada palavra e quando minha crise passou, Harry desligou as luzes da sala e me ajudou ir até o nosso quarto. O relógio do corredor marcava 01:00 p.m, tudo ainda estava absolutamente escuro.



XX


O sábado amanheceu perfeitamente ensolarado. O frio infelizmente perpetuava, mas comparado á temperatura da madrugada, isso era apenas um ventinho fresco. Harry tinha saído cedo, deixou anotado na porta da geladeira que ia resolver uns assuntos pessoais, mas já tinha trocado a fralda de Zoe. Antes de descer até a cozinha, eu vi a pequena dormindo no berço, mas queria saber como ele tinha feito essa mágica.

Abri os armários e procurei um pacote de biscoito. Minha barriga estava roncando, infelizmente hoje era a folga de Hollie, e eu não estava nem um pouco disposta para preparar um café da manhã decente.

Tom me olhava triste, com as orelhinhas arriadas, implorando por uma tigela de ração. Semelhante á mim, ele tem estômago ativo pela manhã. Otto nem tanto, prefere mastigar a mobília que um grão canino.

– Desculpe, bebê. Eu tinha me esquecido de você. – conversei com Tom enquanto enchia sua vasilha.

Caminhei de volta á sala e liguei a tevê. Gosto do sábado, mas hoje eu não tenho nada a fazer e, incrivelmente, isso está me tediando. Até Zoe está jogando a favor disso dormindo até tarde.




– Harry S.


– Madeira ou mármore?
– Eu sei lá, Bethanny! Você foi contratada para resolver esses problemas. Suma! – gesticulou irritado, fazendo a mulher sair depressa dali. – Oh, Harry Styles! Grande Harry! – Mark veio até mim, ajeitando seu terno no corpo.
– Como vai, Mark? – apertei sua mão.
– Um pouco ocupado, mas você deve conhecer os negócios! – ele gargalhou voltando para trás de sua mesa e apontando a cadeira de frente pra ela, supondo que eu me sentasse.
– É, eu imagino...
– Mas no que eu posso ajudá-lo, garotão? É um imenso prazer recebê-lo aqui!
– Pois então... Soube que trabalha com roteiros, filmagens e essas coisas e eu vou me casar daqui há quatro meses.
– Hmm... Casamento? – vi seus olhos brilharem. Mark já devia estar imaginando em dinheiro. – Um pequeno garoto já se casando? Isso vai ser uma tremenda festa!
– Vai ser apenas o necessário.
– E onde eu entro nessa parte?
– Bem, eu pensei em...



– Chris


Joguei o pacote no lixo e lavei as mãos sujas de chocolate. Segunda barra e ainda continuo tediada. Olhei para o celular em cima da bancada e nenhuma chamada perdida. Hunf! Harry se esqueceu de mim?

A campainha foi tocada duas vezes e eu corri até a porta. Encostei quase o corpo inteiro sob a porta, apenas para espiar do olho mágico quem me visitava á essa hora.
Niall.

– Oi duende!
– To incomodando alguma coisa? – olhou por cima dos meus ombros, com uma expressão meio assustada.
– Não. Entra! O que houve?

O acompanhei até o sofá e nos sentamos frente a frente.

– Não consegui dormir essa noite. – disse tirando os óculos.
– Dá pra ver nas olheiras. – ri e ele me repreendeu com o olhar. – Ok, o que está havendo? – me portei mais séria.
– Uma garota...
– Uma garota fez isso com você? Que noite, hein, Niall?
– Dá pra parar?
– Você diz coisas sem sentidos, como quer que eu seja séria?
– Mas o assunto é sério, Chris. Eu tô apaixonado!

Senti minha expressão se desmanchar rapidamente.

– Mas v-você, quer dizer... Sei lá, não tinha um lance com a Madá?
– Há, uns, o quê... Doze meses atrás? – perguntou debochado.
– Eu sei que vocês andaram se pegando, ela me contou, não adianta fingir.
– Que se dane, mas era apenas isso o que você disse. Um lance! Mas agora eu tô me apaixonando de novo, tá me entendendo? Um inferno! Tudo de novo!
– Quem é ela?
– Chris, me diz o que eu faço!
– Não fuja da pergunta. Quem é ela?
– Ela é a vigarista que roubou meu coração e é isso que importa. Agora só preciso que você me ajude a se livrar disso. – Ele falava irritado. Muito irritado!
– Niall, meu querido, o amor não é tão ruim quanto parece.
– Mas pra mim sempre é ruim!
– Não é só porque você e a Madá terminaram que tudo vai ser da mesma forma que aconteceu há um tempo atrás.

Ele suspirou e revirou os olhos.

– Quer que eu corra até a nova garota e me declare com um lindo buquê de flores?
– Não é fácil?
– NÃO! Eu não vou fazer isso! Não quero isso tudo de novo.
– Mas você quer ela, não quer?
– Não faça perguntas idiotas.
– Ok, Niall, então eu não sei como te ajudar. Sinto muito.

Niall esfregou a cabeça e bufou alto, como um rugido. Zoe começou a chorar lá em cima, então o deixei entre os pensamentos enquanto ia dar um bom dia á pequena. Pelo jeito, o caso do duende é bem mais sério que eu imaginava.

– Papai! Papá! – Zoe erguia os braços do berço, clamando por colo.
– Zoe, olha pra cá. Eu sou a mamãe, ok?
– Papai... – disse choramingando.

Peguei-a no colo e desci as escadas. Niall estava em um telefonema com alguém, parti direto pra cozinha e coloquei Zoe sentada em cima do balcão.

– O que você quer comer hoje, princesa? Talvez geleia? Hmm.. Geléia né?

Abri a geladeira e tirei um vidrinho de geléia de uva. Tirei a colher de pau da mão de Zoe e chamei sua atenção para a colherzinha com geléia. Ela fazia bico, virava o rosto, batia na minha mão, não queria geleia de jeito nenhum. Só queria..

– Papai! – disse berrando, aos prantos.
– Argggh, Zoe! Caramba! Papai.não.está.em.casa!

Ela me olhou com os olhos esbugalhados, o silêncio reinou, eu sabia que tinha feito merda. Logo ela começou a estender o biquinho e abriu a boca de uma vez, chorando mais alto que podia.

– Ouch, desculpa! O papai vai chegar logo, Zoe, mas por favor para de chorar.
– Quer ajuda, Chris? – Niall apareceu na cozinha. Estava com o celular na mão, acabava de desligar uma chamada.
– Ela não para de chorar e Harry está em um compromisso. Não posso pedir que venha pra casa agora.
– Deixa comigo, relaxa! – disse se garantindo. – Hey, Zozo! Dá um sorriso pro titio? Um sorrisinho assim! – Niall arreganhou todos os dentes, revirando os olhos de um jeito engraçado. Zoe parou de chorar pra ficar olhando o que ele fazia. – Vai sorrir... Ou não? Hein? Poxa, o titio vai embora triste. – fez um beicinho e Zoe, involuntariamente, o imitou. – É, bem triste desse jeito! – Niall a pegou no colo e levou pra sala, enquanto conversava espontaneamente.

Santo Niall!




XX


Eu diria que ser mãe é um desafio constante.Ninguém diz, diretamente, como é difícil ser uma superheróina. Apenas adquirimos superpoderes a cada sorriso, cada recibo de carinho dessas criaturinhas mágicas que preenchem nosso dia de alegria. Posso dizer que nenhuma mulher aprende a ser mãe com o tempo, ou até mesmo sozinha. Aprendemos a ser mãe com nossos filhos! Atendemos as suas necessidades porque o queremos satisfeitos, o queremos sorridentes, sempre. Zoe me matava de alegria toda vez que sorria espontânea, me olhava e queria que eu sorrisse com ela também. O que a fazia ficar agitada era Barney e seus amigos. Ideia do blondie. Assistimos a manhã inteira!

Já estava distraída com a tevê, quando Harry abriu a porta da sala. Zoe estava silenciosa no colo do Niall, seu foco era apenas o dinossauro roxo na tela. Mas Harry tinha que chegar chegando. Em primeiro: largou as chaves em cima da mesa como um iraquiano deixa uma bomba no campo inimigo. Zoe logo arregalou os olhos. Em segundo: bateu a porta. Mas não só bateu a porta. Praticamente lutou MMA com ela, tamanho estrondo que fez. E com chave de ouro, chamou Zoe cantarolando, despertando toda a atenção dela para...

– Papai! – Zoe disse agitada. Ainda se embolava com a palavra, mas dava pra escutar perfeitamente quem ela chamava.
– Vem cá meu docinho! – ele a pegou do colo de Niall, que só agora notei estar dormindo no sofá, e a sustentou de pé em sua frente. Guiava seus passos desajeitados segurando suas duas mãozinhas. Ela ainda não aprendera a andar, apenas engatinhar, mas tem muita preguiça pra isso. Então sempre que pode, Harry faz essas coisas, incentivando-a dar os primeiros passos com sua ajuda.
– Niall! Niall! – o balancei de leve e sem muito mais esforço, ele acordou. – Você dormiu feito pedra! Harry já chegou, quer que eu prepare algo pra vocês?
– Opa, eu nem queria.
– Era de se esperar! – ri. – Vem, vamos pra cozinha. Pelo menos me ajuda a preparar algo, né?
– Nhá. – ele resmungou logo atrás.

Tirei a pizza congelada do freezer e pedi que Niall aquecesse o forno enquanto eu colocava um pouco de azeite na massa. Harry ainda estava caminhando com Zoe pela cozinha, as vezes ela caia de bunda, ele ria e a ajudava se levantar mais uma vez. Outras vezes ela cansava e se agarrava nas pernas de Harry, como um pequeno carrapato. Harry sacudia o pé de leve, levantava e subia, e Zoe continuava agarrada nele. *risos. Ok, era engraçado.

– Niall, atende o interfone pra mim! – pedi enquanto lavava as mãos na pia.
– Olá! – ele pegou o telefone. – Sim, sim. Uhum, é o Niall falando. Ele está. Harry! – Niall o chamou tapando o fone. – O porteiro tá dizendo que tem uma Sam lá embaixo. Libera?

Fechei a bica e sequei as mãos enquanto olhava Harry de estreita. Não queria transparecer que não a queria aqui em cima. Ele já me falou dessa Sam, não vou com a cara dela, mas eles são amigos, não posso guardar Harry numa caixa e proibi-lo de se comunicar com as outras garotas. Tenho que me portar, mesmo com o ciúme chiando aqui dentro.

– Ahn... Diga pra subir. – ele respondeu com um pequeno traço de insegurança. Talvez por estar tentando imaginar o que eu achava dessa ideia de deixá-la subir. Mas tudo bem, eu posso tentar me comportar, pelo menos uma vez na vida.
– Diga que suba, por favor. – Niall respondeu ao interfone e desligou em seguida.







Vas Happenin?
Sam e Chris no mesmo ambiente.
Eu não queria estar na pele da Sam!
hahaha.

O que acharam desse capítulo?

Ahh! Maira, eu ajustei a página inicial do blog com a primeira temporada de Just Dream pra sua amiga. Tem uma lista lá com os capítulos. : )  Infelizmente eu perdi três capítulos, ainda bem que foram os três primeiros. Então eu dei uma resumida desses três capítulos perdidos para quem ainda não leu, dá pra entender o início direitinho. Então peça desculpas a ela por mim, ok? rsrs.
Tomara que ela goste da Fic.

2 comentários

  1. Amei o capítulo <3
    tudo bem Bia ;) vou avisa-la haha tenho certeza de que ela vai amar!
    Continua....malikisses

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  2. Amei o capítulo, a Zoe ta super fofi's :))))))
    continuaaaaaaaaa
    malikisses
    Ps: Cecílis bjss

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