Capítulo 9

 - Harry S.

Hoje era o grande dia. Dia de visitar a tão esperada Disneylândia. Christinne está mais eufórica que uma criança de seis anos, passou quase a manhã inteira falando de quão emocionante vai ser o passeio. Eu vi o quão especial isso era pra ela, então resolvi presenteá-la com uma câmera fotográfica nova.

Ela adorou! Era de se esperar. Christinne adora tudo relacionado á fotos, maquiagem e cabelo. Acho que ela tem um grau de vaidade compatível ao de Zayn. *risos

Saímos do hotel ainda de manhã. Pretendíamos passar o dia inteiro fora. 

XX

 - Chris

Quando descemos em Orlando, simplesmente não consegui acreditar que estava pisando na Disneylândia. Os brinquedos, os bonecos, o castelo... Era tudo tão surreal! Não havia outra coisa que eu pudesse fazer a não ser tirar uma foto de Harry e Zoe na entrada daquele paraíso. Pra completar, Harry tinha me dado uma máquina fotográfica nova. Semi profissional. Meus olhos se enchiam de alegria com tanto efeito.

Depois de dar mais alguns passos, me aparece um Mickey gigante. Tão fofo e tão sorridente! Zoe tinha ficado tão surpresa quanto eu. Harry fazia questão de filmar cada segundo, com os mínimos detalhes. Ele devia era estar rindo internamente da minha admiração infantil. Na verdade, mais infantil que Zoe.

Tiramos mais fotos, dessa vez com o Sr. Mickey, e logo continuamos nossa caminhada pelo mundo encantado da Disney. As opções de divertimento eram variadas, só não curtia quem realmente não quisesse. Harry me comprou uma maçã do amor e propôs uma volta em uma roda gigante. Porém era uma roda gigante mais apropriada pra bebê, pro caso da Zoe ir com a gente. Mas, por mim, aquilo não importava. O que importava era estar se divertindo junto com eles e isso já estava acontecendo ao extremo.

- Neném! Neném, mamãe! - Zoe apontou para o bebezinho á nossa frente na fila, no colo da mãe.

- Uhum. É o neném! 

Ela parou e ficou olhando intensamente para o menininho, que também olhou pra ela. Ali tinha um sentimento. Ah, eu sei que tinha! Mas era tão bonitinho ela hipnotizada pelo bebezinho de olhos azuis... 

- Mamãe! Lá, mamãe! - Zoe começou a se agitar no colo, apontando ainda pro bebê da frente. A mãe do menino até olhou pra trás e riu do desespero da Zoe.

- Eu sei, Zoe. É o bebê! Ele é bonito sim.

- Tá paquerando o bebê, Zoe? Ai, ai, ai... - Harry a olhou sério e eu não aguentei em rir.

- Papai, bebê! Lá, bebê! 

- É, é... Eu vi.

- Lá! Lá! - ela insistia.

Soltei-a no chão e sem desperdiçar a chance ela já andou com aqueles pezinhos miúdos em direção á moça da frente. Parou, olhou pra moça, olhou pro bebê... E eu e Harry só a espionando. 

- Bebê! - ela acenou pro bebezinho no colo da moça, com aquele sorrisinho bobo idêntico ao de Harry.

- Dá um beijinho na neném, Theo. - a mulher também colocou seu bebê no chão. - Essas crianças são demais, não é mesmo? - ela comentou com a gente.

- Pois é... A Zoe é meio agitada. - Harry sorriu.

Olhamos para os dois de pé, olhando um ao outro como se estivessem se descobrindo. Zoe segurou a barra do vestido e deu aquele sorriso sapeca, que eu já sabia que ela iria aprontar algo. E realmente aprontou! Se aproximou do menino e deu um beijinho no nariz dele. Ela aprendeu isso vendo Harry fazer comigo, agora faz com todo mundo. As vezes com o Otto, mas eu já proibi.

- Olha papai! - ela chamou Harry e deu outro beijinho no menino.

Ah, se ela soubesse que o "papai" queria infartar...

- É, papai já viu. Chega! Vem! - Harry disse meio ciumento.

- Deixa ela, Haz.

- Que deixa ela o quê. Ela tá assediando o menino! Vem Zozo, vem com o papai.

- Nã! - Zoe franziu a testa e armou seu típico bico de pirraça.

- Vem amor.

- Quer mamãe! - ergueu os braços em minha direção e instaneamente sorri com a sua atitude. 

- Dá tchau pro amiguinho. - acenei para o menino, tentando incentivá-la.

- Amiguinho! - ela acenou juntamente á mim.

- Essa menina realmente te puxou... Olha, é incrível! Não sei porque ela gosta tanto de testar minha paciência.

- Eu não faço isso. - sorri cínica.

- É claro que não faz. - respondeu irônico e rimos.

- Próximos, por favor! - a técnica do brinquedo chamou á frente.

A moça da frente com o bebê dos olhos azuis entrou em uma cadeirinha, eu Harry e Zoe entramos em outra. Aquilo só devia ter uns cinco metros, mas até que era divertido. Zoe já não queria mais colo, agora clamava por Harry e ameaçava chorar toda vez que o brinquedo subia. Ela não tinha simpatizado nem um pouco com a roda gigante e Harry saiu todo mordido ao fim da sessão. É que Zoe morde quando está nervosa. Tipo um cãozinho mesmo, é muito estranho, eu sei. Mas se o nervosismo lhe atinge e a gente tenta acalmá-la, somos recebidos com mordidas. E bem dolorosas por sinal, pra uma criancinha de dez meses.

- Toma. Segura ela! - Harry a me entregou com uma careta de dor. Eu queria muito rir das mordidas em seu dedo, mas estava dando um pouquinho de pena.

- Não foi de propósito, Harry.

- Tanto faz, continua doendo. - resmungou soprando os dedos pra amenizar a ardência.

- Dá um beijinho na mão do papai, Zoe.

Zoe desgrudou as mãos do meu pescoço e esticou as mãos pra Harry, o jeito mais tradicional dela chamar alguém. Ele sorriu e se aproximou dela, que deu um leve beijo em cima do seu dedo. Meio babado, mas tava valendo. *risos.

- Ok, tá desculpada. - ele sorriu pra ela.

- Ótimo! Agora vamos em outro brinquedo, né, Zozo?

- Chão!

Suspirei e a deixei no chão. Depois que aprendeu a andar, não quer outra vida. Tenho medo dela desapegar muito rápido do meu colo, até porque ainda não me desapeguei a carregá-la o tempo todo.

 Harry roubou o lacinho vermelho do seu cabelo e correu devagar pra longe dela. Um detalhe é que ela odeia quando ele faz isso. Ela tem um ciúme incomparável daquele lacinho, então toda vez que Harry faz isso, ela fica extremamente vermelha de irritação. 

Zoe correu atrás dele e os dois começaram um pique pega em círculos, no meio do caminho. Ela tentava agarrar em suas pernas, mas Harry as entreabria e Zoe acaba passando por debaixo dele, sem perceber. *risos. 

- Dá papai! Dá! - ela dizia com a cara amarrada indo atrás de Harry, as vezes tropeçando nos próprios pés e caindo de bunda no chão.

- Harry, chega! Tadinha. Devolve o lacinho dela!

- Tá. Toma Zoe. - ele agachou e esticou a mão com o lacinho pra Zoe. Ela sorriu e andou até ele pra pegar, mas Harry levantou a mão e a deixou no vácuo. Zoe choramingou e bateu os pés irritada, me fazendo rir. As fãs que estavam por ali, stalkeando Harry desde a hora em que chegamos, filmavam a brincadeira dos dois e riam á beça. - Tá bom, toma! Parei.

Ela nem o olhou nos olhos e me deu a mão pra continuar a caminhar pelo parque. Harry tinha conseguido irritá-la com sucesso! Mas era engraçado vê-la estressada, apenas com aquele tamanhinho. 

XX

Voltamos para o hotel no finzinho da tarde. Tiramos milhares de fotos com todos os personagens possíveis da Disney e Zoe até ganhou uma pintura colorida na mão. Tinha ficado muito bom, Harry quem tinha dado a ideia. Ela acabou lambendo uma parte do desenho, o que me preocupou até, mas nenhuma reação aconteceu ao passar do dia.

Infelizmente nossos dias de passeio acabavam por aqui. Nosso voo sairia em algumas horas, tínhamos que arrumar as malas rapidamente, apesar do cansaço. Dei um banho morno em Zoe, troquei sua fralda e a deixei descansando na cama enquanto organizávamos as coisas pra volta. Por um lado bom, o dia tinha sido muito divertido. Jamais vou me esquecer da minha primeira visita á Orlando. Foi incrível, graças á Harry.

Assim que nossas coisas ficaram prontas, Paul ajudou a descer as bagagens e ordenou que descêssemos com a segurança do hotel, tendo em vista que a saída estava cercada de centenas de fãs. Aquela gritaria tradicional já era audível de dentro do elevador, passando pelo segundo andar. E quando a porta se abriu, e lá fora elas conseguiram perceber que estávamos saindo, os berros só ficaram cada vez piores.

Zoe já estava prevenida com um manto e uma bolinha de algodão em cada ouvido para não sofrer de dores mais tarde. Se bem que, com aquela loucura toda, eu acho que os algodões não iriam surtir muito efeito e Zoe ficaria passando mal da mesma forma.

Entrei primeiramente com Zoe e esperei dentro da caminhonete Harry terminar de tirar fotos com algumas fãs. Meu corpo estava arrasado de cansaço, minha cabeça latejava de dor com tantos gritos. Ainda sentia o ouvido zunir agudamente. Logo ele entrou e o motorista arrancou em direção á autoestrada para o aeroporto.

XX

- Lar doce lar! - falei aliviada assim que entramos em nossa sala.

- E Zoe continua dormindo.

- É... Vou colocá-la no berço. Ela deve estar mais cansada que nós dois juntos.

Subi as escadas e abri a porta do quarto rosa. Tudo na perfeita ordem, perfumado e ajeitado. Hollie tinha caprichado na organização enquanto estivemos fora. Acho que estava até um pouco melhor de antes quando saímos.

Ajeitei Zoe no berço e coloquei o seu xodó leãozinho de pelúcia abraçado em seu peito, do modo que ela ama dormir.

- Foi um dia e tanto, né princesinha? - acariciei a lateral do seu rostinho de anjo. Zoe permanecia dormindo tranquilamente. Sorri e saí do quarto, indo em direção á sala.

Harry estava jogado no sofá, com os braços esticados ao longo do encosto e as pernas estiradas. Me sentei ao seu lado e abracei seu quadril, escondendo meu rosto em seu peito.

- Cansada?

- Muito!

Harry beijou o topo da minha cabeça e me abraçou de volta. Paz! Era tudo o que eu queria naquele momento e estava sendo perfeito. Aliás, Harry sempre é meu ponto de paz. Ele consegue me acalmar de tudo. Nosso cansaço reinou e adormecemos por alguns minutos ali mesmo no sofá, até meu sono ser atrapalhado por algo estranho. Sentia que tinha algo vazando de mim intensamente e estava me causando um incômodo.

Pensei ser a menstruação, mas ela já tinha vindo e passado há uns cinco dias. Levantei do sofá e olhei o assento. Totalmente encharcado de sangue, o que não era nem um pouco normal.

- Harry! 

- Hm? O que foi? - Harry despertou ainda meio grogue.

- Aconteceu alguma coisa. Eu to com medo, me ajuda. - minha voz já passava a embargar.

Harry me olhou desentendido e viu meu short. Simultaneamente avistou o sofá naquele estado desesperador que estava.

- O que aconteceu? Por que está sangrando tanto? - ele levantou do sofá e me olhou preocupado.

- Eu não sei! - minhas mãos passaram a tremer.

- Ficou menstruada?

- Não! Quer dizer, não sei. Não era pra ser assim.

Harry olhou o sofá e o meu desespero, sem saber ao certo o que fazer.

- Tá sentindo alguma dor?

- Aqui. Um pouco. - coloquei a mão no canto do abdômen enquanto as lágrimas já escorriam.

- Eu...Eu... - Harry suspirou e passou as mãos pelo cabelo. - Ok. Vai ficar tudo bem. Suba, tome uma banho e vamos pro hospital.

- Haz, eu tô com medo.

- Calma! Não deve ser nada demais. Deve ser apenas seu ciclo desregulado. Faça o que eu disse e desça logo.

Engoli o choro e subi as escadas o mais rápido que pude. Adentrei o banheiro e deixei a roupa suja no chão do box, deixando que a água limpasse todo o sangue. Nem a ducha alterava em alguma coisa, o fluxo era surreal de tudo que eu já tinha visto. Obviamente aquilo não era nada, nada, normal!

- Vamos? Vai ficar tudo bem, você vai ver. - Harry me deu a mão assim que desci as escadas e saímos do apartamento pra pegar o elevador. Harry tinha ligado pra Hollie enquanto eu me trocava, ela vai ficar com Zoe enquanto vamos ao hospital. - Vem, entra! - Harry abriu a porta do carona e a fechou assim que entrei.

Em um ato rápido ele conseguiu ligar o carro, dar a ré e arrancar em direção ao centro. A sensação de estar vazando ainda era perceptível e ficava cada vez mais forte. Harry tinha dito o quão pálida eu começava a ficar. Minhas forças também começavam a se esgotar, consequência da perda absurda de sangue. Fechei os olhos e deixei uma lágrima cair enquanto orava para que nada de ruim me acontecesse.

- Ei! Eu disse que vai ficar tudo bem, ok? Não chora! - Harry apertou minha mão enquanto a outra guiava o veículo. - Confia em mim?

- Confio. 

Vas Happenin?

Final meio tenso...

Logo vocês vão entender o que há de errado com a Chris.

O que acharam do capítulo?

Malikisses, Biia.